Dados do Trabalho


Título

DELIRIUM EM PACIENTE GERIATRICA HOSPITALIZADA COM MULTIMORBIDADE: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O delirium configura-se como uma síndrome orgânica cerebral manifestado pela flutuação do estado mental, inatenção, alterações no ciclo sono-vigília, na memória e nas emoções, e é uma das síndromes mais comuns em idosos hospitalizados. A detecção precoce dos fatores de risco é essencial para a prevenção e tratamento dessa condição, tais como certas medicações, infecções, falência respiratória, distúrbios endócrinos como a diabetes, e a polifarmácia decorrente da multimorbidade.

Objetivos

O objetivo deste trabalho é ilustrar a maior incidência de delirium na população geriátrica hospitalizada e a presença de seus fatores de risco.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso a partir do prontuário de paciente em cuidados hospitalares pela Pneumologia.

Resultados

D.F.B., sexo feminino, 60 anos, admitida à enfermaria por quadro de exacerbação de pneumopatia intersticial fibrótica por infecção viral, dependente de oxigênio suplementar há 5 anos. Diagnósticos estabelecidos de lúpus eritematoso sistêmico (LES), dermatomiosite, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), obesidade grau II, hipertensão pulmonar, dislipidemia, síndrome de Cushing e neuropatia diabética. Em uso de polifarmácia devido multimorbidade (dezesseis medicamentos). Descompensada clinicamente do DM2, com picos hiperglicêmicos refratários à insulinoterapia, apresentando poliartralgia e mialgia com provável etiologia neuropática, além de infecção do trato urinário (ITU) ativa. Acompanhante relata episódios de desorientação momentânea, alucinações, flutuação do humor e insônia recorrentes. Ao exame, encontra-se em regular estado geral, lúcida e orientada em tempo e espaço, dispneica, fácies cushingoide, presença de baqueteamento digital e ausculta pulmonar com estertores crepitantes globalmente. Foi solicitado parecer da Geriatria para ajuste da polifarmácia e introdução de cuidados paliativos avançados, priorizando controle do sofrimento. Foi introduzida terapia ocupacional, fisioterapia e psicoterapia. Durante o período de internação, houve compensação da DM2, resolução da ITU e da insuficiência respiratória e melhora parcial da dor, além da regressão completa do quadro de delirium.

Conclusões/Considerações Finais

É comum a coexistência de fatores que aumentam o risco de delirium, como no caso descrito. É importante o manejo cauteloso dos fármacos e o controle de prováveis etiologias quando se trata da população idosa hospitalizada, visando prevenir esse transtorno e o prolongamento da internação.

Palavras Chave

Delirium, Fatores de Risco, Idoso

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - Amazonas - Brasil

Autores

SAMANTHA BRANDAO ROMERO, FILIPE OLIVEIRA DO VALLE FILHO, HELSON HENRIQUE DE AZEVEDO FERREIRA, HANNAH MENDONÇA COHEN, JOCIELE BARRETO RODRIGUES