Dados do Trabalho


Título

GANGLIONOPATIA SENSITIVA DECORRENTE DE SINDROME DE SJOGREN SECUNDARIA EM PACIENTE GESTANTE: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

As ganglionopatias sensitivas (GS) adquiridas são frequentemente consequência de doenças sistêmicas autoimunes, tais como Síndrome de Sjogren (SS) e Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), ou de manifestações paraneoplásicas. Nesses casos, há evidência de melhora significativa com o uso de imunoglobulina humana endovenosa (IgIV) em altas doses e combinação de azatioprina (AZA) e cloroquina. Entretanto, durante a gestação as medicações devem ser ajustadas de acordo com o risco que apresentam à mãe e ao feto, como a IgIV e a AZA (categoria D de risco na gravidez, segundo o Ministério da Saúde).

Objetivos

Discutir a apresentação e o manejo da GS secundária a doença autoimune em um cenário de gestação.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso a partir do prontuário de paciente em tratamento ambulatorial com a Neurologia e Reumatologia.

Resultados

Paciente feminina, 38 anos, gestante (1° trimestre), portadora de LES e SS, durante o período de acompanhamento ambulatorial apresentou parestesia em formigamento nos quatro membros, pior em membro inferior direito (MID), eventual dor em choque em membros inferiores (MMII), associado a desequilíbrio que piora com olhos fechados, sem quedas. Referiu ainda sudorese exacerbada, palpitação, hipotensão postural e constipação. Ao exame, sem alteração de força. Reflexos ostetendinosos profundos: bicipitais, patelares e aquileus abolidos bilateralmente. Quanto ao equilíbrio: sinal de Romberg presente com lateralização para os dois lados e marcha talonante. Eutrófica e eutônica. Coordenação preservada. Quanto à sensibilidade superficial, apresentou hipoestesia em MID em região lateral da perna, e diminuição da sensibilidade dolorosa em região lateral dos braços, pernas e pés. Quanto à sensibilidade profunda: hipopalestesia e déficit cinético-postural bilateral em MMII até o nível dos joelhos. Exames complementares demonstrando atividade da doença de base (VHS: 62 mm/h e C3: 81 mg/dl). Mesmo após descoberta da gestação, foram mantidas AZA e hidroxicloroquina para controle de doença de base, no entanto a duloxetina e IgIV utilizadas no controle da GS foram suspensas devido ao risco na gravidez.

Conclusões/Considerações Finais

A prescrição medicamentosa deve ser refinada durante a gravidez de forma que mantenha controle da doença, porém sem abdicar da segurança. No caso apresentado, o déficit neurológico não era grave a ponto de justificar o uso de duloxetina e IgIV, enquanto o quadro reumatológico justificou a manutenção da AZA.

Palavras Chave

Parestesia, Síndrome de Sjogren, Gravidez

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - Amazonas - Brasil

Autores

SAMANTHA BRANDAO ROMERO, FILIPE OLIVEIRA DO VALLE FILHO, HELSON HENRIQUE DE AZEVEDO FERREIRA, HANNAH MENDONÇA COHEN, MARIANA DE MENDONÇA LIMA YPIRANGA MONTEIRO