Dados do Trabalho


Título

TAQUICARDIA VENTRICULAR EM DECORRENCIA DE MIOCARDITE VIRAL COM REALCE TARDIO NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Fundamentação teórica/Introdução

A miocardite é uma inflamação do músculo cardíaco de etiologia infecciosa, auto imune ou em consequência de infarto agudo do miocárdio. Casos de acometimento cardíaco pela COVID-19 cursando com miocardite aguda vêm sendo descritos por acometimento direto do miocárdio ou por consequências de inflamação sistêmica, favorecendo, assim, o surgimento de arritmias e insuficiência cardíaca.

Objetivos

Relacionar a presença de realce tardio do mesocárdio de padrão não coronariano provocada por infecção viral com a iminência de taquicardia ventricular.

Delineamento e Métodos

Relato de caso, retrospectivo, observacional.

Resultados

Paciente maculino, de 62 anos, atleta e com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) prévio de 65% ao ecocardiograma transtorácico (ETT) de janeiro de 2022. Com infecção por sars-cov-2, em dezembro de 2022. Após 6 meses desta, apresentou episódio dispnéia aos esforços e frequência cardíaca de 140 batimentos por minuto em repouso. Foi encaminhado ao pronto atendimento, realizado eletrocardiograma com bloqueio de ramo esquerdo, angiotomografia computadorizada de tórax com derrame pleural bilateral e ausência de tromboembolismo pulmonar (TEP), ETT com FEVE 42%, holter 24h com 8 episódios de taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) de 24 batimentos e ressonância magnética do coração evidenciando realce tardio em mesocárdio de padrão não coronariano no segmento inferior basal relacionado a processo inflamatório prévio e hipocinesia global de ventrÍculo esquerdo (VE). O tratamento se deu com administração de ramipril, carvedilol, aldactone, furosemida e amiodarona. O paciente evoluiu assintomático e foi encaminhado para acompanhamento ambulatorial. Realizado Holter 24 horas com 1 episódio TVNS de 7 batimentos.

Conclusões/Considerações Finais

Ocorre maior probabilidade de desenvolvimento de eventos arritmogênicos em pacientes acometidos por lesão com realce tardio. Nesse contexto, o relato chama a atenção para o risco da ocorrência de morte súbita devido à instalação de arritmias potencialmente fatais. Necessita-se, portanto, de diagnóstico precoce e início imediato da terapêutica com uso de betabloqueadores, bloqueadores dos receptores de angiotensina, inibidores da enzima conversora de angiotensina e anti-arrítmico a fim de minimizar a progressão da disfunção miocárdica evitar novos desarranjos de condução elétrica no miocárdio.

Palavras Chave

Miocardite. Sars-cov-2. Arritmias.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Edmundo Vasconcelos - São Paulo - Brasil

Autores

PAULO HENRIQUE VILARINO CARNEIRO, FERNANDA GUIMARÃES CORNÉLIO, MATHEUS JANNUZZI MOREIRA DE MENDONÇA, JOAO LUCAS SALGUEIRO PINHEIRO, RAFAELA DE LAZARI BIDÓIA