Dados do Trabalho


Título

SINDROME EXTRAPIRAMIDAL INDUZIDA POR FLUOXETINA EM PACIENTE COM OTITE EXTERNA MALIGNA: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Fluoxetina é um inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS) utilizado para
o tratamento de ansiedade e depressão. Como ocorre com outras medicações da
classe pode ocasionar diversas reações adversas, como os distúrbios de movimento
caracterizados por excesso ou escassez de movimentos voluntários e involuntários,
não relacionados à fraqueza ou espasticidade, sendo que o tremor ocorre em cerca
de 10% dos pacientes submetidos à terapêutica.

Objetivos

Descrever a condução propedêutica de um caso de otite externa maligna (OEM)
fúngica, com necessidade de introdução de Fluoxetina, levando ao desenvolvimento
de síndrome extrapiramidal.

Delineamento e Métodos

Relato de caso a partir de dados retrospectivos e revisão de literatura nas plataformas
Scielo, Science Direct e PubMed.

Resultados

Paciente masculino, 62 anos, internado devido a quadro de OEM fúngica por
Aspergillus sp. com extensão à musculatura mastigatória, parótida, articulação
temporo-mandibular e artéria carótida interna. Apresentou melhora expressiva após
mastoidectomia e instituição de Voriconazol. Necessitou de mais de três meses de
internação para aguardar liberação judicial para receber a medicação em domicílio,
desenvolvendo quadro de transtorno de ansiedade ao longo da internação pelo longo
tempo de espera pelo Voriconazol. Foi instituído o uso de Fluoxetina 20mg, uma vez
ao dia para tratamento da ansiedade. Após dois dias de uso da medicação iniciou
com tremor de repouso, de ação e postural, de alta frequência, pior em dimídio
esquerdo. Obteve-se regressão da queixa neurológica, após quatro dias de
suspensão da Fluoxetina. Realizado Ressonância magnética de crânio para
diagnóstico diferencial, sem alterações.

Conclusões/Considerações Finais

Evidencia-se que a Fluoxetina é de grande utilidade para o tratamento das
depressões, mas pode produzir reações adversas graves. Acresce-se ainda que a
associação com várias outras substâncias aumentaria a possibilidade de interações
farmacológicas desfavoráveis. Portanto, evidencia-se a necessidade de
monitoramento durante o tratamento, não só com ajuste de dose, mas controle das
alterações neurológicas e rápida intervenção para reversão completa do caso o
quanto antes.

Palavras Chave

Fluoxetina; tremor; síndrome extrapiramidal.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil

Autores

FERNANDA VIEIRA, BÁRBARA MARCIAS DE SOUZA, LEANDRO LIMA DA SILVA, REBECCA RIPPEL MILLINGTON