Dados do Trabalho


Título

MIDRIASE NAO REATIVA BILATERAL INDUZIDA PELO USO PROLONGADO DE ROCURONIO EM PACIENTE COM SDRA POR BRONCOASPIRAÇAO POS-AMIGDALECTOMIA. RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

Fundamentação teórica/Introdução: Bloqueadores neuromusculares (BNM) são amplamente utilizados na Terapia Intensiva, principalmente em pacientes com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). O crescente uso de rocurônio, um tipo de BNM, a partir da pandemia da doença de coronavírus 2019 (COVID-19), revelou efeitos adversos raros como o a midríase bilateral não reativa.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso de midríase bilateral fixa não reativa devido ao uso prolongado de rocurônio em pós-operatório de amigdalectomia complicada com SDRA por broncoaspiração.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Relato de caso a partir da análise do prontuário do paciente, descrevendo a anamnese, evolução clínica e laboratorial, além de exame de imagem.

Resultados

Resultados: Paciente masculino, 46 anos, obeso, com suspeita de neoplasia de amígdala palatina por aumento assimétrico de amígdalas palatinas. Submetido a amigdalectomia bilateral, evoluiu, no momento da extubação, com hemorragia importante de sítio cirúrgico, sendo reintubado e encaminhado à Terapia Intensiva. Apresentou pneumonite por broncoaspiração de sangue confirmada por broncoscopia, além de pneumonia por Enterobacter cloacae confirmado na cultura de secreção traqueal e do lavado bronquioalveolar. Assim, instalou-se uma hipoxemia grave (PaO2/FiO2 < 150) refratária à sedação com fentanil, midazolam, propofol, e refratária ao ajuste da Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2) e da Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP). O bloqueio neuromuscular com rocurônio (40mg/h) foi iniciado com o objetivo de otimizar a oxigenação. Uma semana após iniciar o rocurônio, o paciente permanecia com PaO2/FiO2 de 90. Foi colocado em posição prona por 18h, atingindo PaO2/FiO2 de 256 após retornar à posição supina. Logo após, apresentou midríase fixa não reativa bilateral. A tomografia de crânio não evidenciou alterações, suspeitando-se, assim, de midríase induzida por rocurônio. A infusão de rocurônio foi suspensa e 6h depois as pupilas apresentavam-se médio fixas e reativas. O paciente evoluiu com melhora nos dias seguintes e obteve alta hospitalar 19 dias após o episódio de midríase fixa não reativa bilateral.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão/Considerações finais: O rocurônio vem sendo recentemente utilizado na Terapia Intensiva para tratar a SDRA grave, o que aumenta a importância em identificar os efeitos adversos da administração contínua deste BNM. O presente relato identificou a midríase não reativa bilateral induzida pelo uso prolongado de rocurônio em pacientes críticos.

Palavras Chave

Rocurônio, midríase bilateral, bloqueador neuromuscular, SDRA

Arquivos

Área

Clínica Médica

Categoria

Relato de Caso

Instituições

Hospital Federal de Ipanema - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ALESSANDRA OLIVA, IGOR FONSECA RANGEL