Dados do Trabalho


Título

OSTEOMIELITE TUBERCULOSA: APRESENTAÇAO COMO DOR OSSEA CRONICA EM PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE

Fundamentação teórica/Introdução

A tuberculose (TB) óssea é uma manifestação pouco comum de tuberculose e o acometimento osteomuscular corresponde a 1 a 3 % dos casos. De modo geral, o quadro infeccioso ósseo se manifesta como artrite e/ou osteomielite. As principais características radiográficas da TB óssea são esclerose e lesões osteolíticas. No entanto, essas características não são específicas, o que retarda o diagnóstico da doença.

Objetivos

Relatar um caso de dor óssea crônica e os desafios diagnósticos de tuberculose extrapulmonar.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso.

Resultados

Feminina, 43 anos, tabagista, com histórico de artrite reumatoide e hipotireoidismo. Admitida no ambulatório de clínica médica, devido a dor óssea crônica em tíbia esquerda. Refere início de quadro há 4 anos, evoluindo com piora sem causa aparente, relata dor intensa e frequente no período noturno e perda ponderal. Negou história de trauma e sintomas respiratórios. Em investigação
apresentava hemograma, eletroforese de proteínas e tomografia de tórax sem alterações, sorologias negativas, radiografia com uma lesão blástica em terço médio da tíbia com reação periosteal e zona de transição bem definida, sem invasão de partes moles. Ressonância nuclear magnética evidenciou extensas alterações de cortical óssea no terço médio e distal da tíbia esquerda com edema medular, sem sinais evidentes de coleções liquidas. Foi realizado biópsia devido à suspeita de neoplasia e osteomielite. O anatomopatológico de tecido fibro-ósseo sem indícios de malignidade e cultura positiva para Staphylococs epidermidis, tratado, porém sem melhora do quadro. Tendo posteriormente a suspeita de TB óssea a paciente foi submetida a coleta de baciloscopia e teste de PPD fortemente reator (11 mm) corroborando a hipótese diagnostica de TB extrapulmonar. Foi instituído tratamento
com RHZE (isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol) e retornou após 60 dias, relatando melhora da dor, deambulando sem dificuldade. Optou-se por manter esquema RHZE e acompanhamento ambulatorial com infectologista com boa evolução do quadro.

Conclusões/Considerações Finais

TB óssea é uma forma rara, mas que ainda é prevalente em países em desenvolvimento. É importante notar que pode ser
facilmente confundida com outras condições, como tumores ósseos e infecções bacterianas, e, portanto, um diagnóstico preciso é fundamental para garantir o tratamento adequado. Em pacientes imunossuprimidos é uma etiologia que deve ser sempre interrogada.

Palavras Chave

dor crônica, tuberculose extrapulmonar, lesões osteolíticas.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

RAYANE BIOLCHI, IGOR KEIDI OKAMOTO OISHI , SHEYLA EVELYN VERA QUEVEDO , CAMILA RONCHINI MOLTALVÃO, CARLA ANDRESSA DAL PONTE