Dados do Trabalho


Título

DIAGNOSTICO DE ESQUISTOSSOMOSE CRONICA EM PACIENTE COM ASCITE: RELATO DE UM CASO CLINICO.

Fundamentação teórica/Introdução

A esquistossomose é uma doença infecto-parasitária causada pelo helminto Schistosoma mansoni, que pode apresentar uma evolução clínica silenciosa até as formas graves, aguda ou crônica, devido à deposição cumulativa dos ovos da fêmea nos tecidos.

Objetivos

Demonstrar a ascite como uma complicação crônica possível da esquistossomose e o desafio diagnóstico nesta fase de doença.

Delineamento e Métodos

Relato de caso clínico

Resultados

Homem, 50 anos, natural e procedente do Rio de Janeiro, com queixa de aumento do volume abdominal de evolução há 1 ano, pior há 6 meses, associado à diarreia aquosa intermitente e perda de peso estimada em 12kg. Relata piora expressiva do volume abdominal há 2 semanas, associado à dor abdominal difusa e dispneia, sem febre. Ao exame físico apresentava abdome ascítico, 85,5cm de circunferência, tenso, com macicez móvel de decúbito, extensa rede venosa visível em flancos, sem sinais de irritação peritoneal e visceromegalias. À admissão, realizou-se paracentese, com saída de 4,7L, e análise do líquido, com gradiente albumina soro-ascite (GASA) de 1,5, albumina menor que 1, leucócitos de 100 com predomínio de linfócitos, glicose de 289 e desidrogenase láctica de 109. Não apresentava relato de etilismo significativo e apresentava história epidemiológica de banhos frequentes em rios. Os exames complementares demonstraram sorologias para hepatites e HIV negativas, função hepática normal, sem citopenias. A tomografia de abdome evidenciou hepatopatia crônica com redução do lobo direito do fígado e aumento do lobo esquerdo, associado à hiperrealce periportal sugestivo de fibrose hipervascular por colaterais, presença de shunt portossistêmico, esplenomegalia com corpúsculos de Gamna Gandy e sinais francos de hipertensão portal, com múltiplas circulações colaterais calibrosas em reto. Apresentou redução do peso em 10kg e da circunferência abdominal em 18cm com terapia diurética, com Espironolactona e Furosemida em doses baixas. Foi realizada biópsia de reto, que não visualizou ovos depositados, parasitológico de fezes negativo, e exame imunológico, que foi reagente para S. mansoni, sendo o quadro sugestivo de esquistossomose crônica, em fase hepatoesplênica descompensada.

Conclusões/Considerações Finais

A esquistossomose é ainda uma doença com alta morbimortadade no Brasil, principalmente nas fases crônicas, como a forma hepatoesplênica, sendo primordial a detecção precoce a fim de evitar sua evolução, assim como atenção política às medidas de educação e promoção de saúde combinadas ao saneamento básico adequado.

Palavras Chave

Esquistossomose, S. mansoni, Promoção de saúde.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

GABRIELLA PINHEIRO BRAMILI, LARISSA PARADA LEITE, ANA LUIZA COPELLO, NICOLE ARONOVICH, DANIELA CEZARIO MENEZES