Dados do Trabalho


Título

OSTEITE SIFILITICA ASSOCIADA A NEUROSSIFILIS: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O Treponema Pallidum, uma bactéria espiroqueta gram-negativa, tem afinidade
pelo tecido ósseo, sendo que os sítios mais comumente acometidos são os
ossos longos e o crânio. A neurossífilis pode se desenvolver por contiguidade a
partir da lesão óssea da calvária, e deve ser descartada quando há proximidade
com as meninges.

Objetivos

Descrever um caso de osteíte sifilítica associada à neurossífilis e a sua
investigação etiológica.

Delineamento e Métodos

Relato de caso a partir de dados retrospectivos. Foi realizada revisão de
literatura a partir de trabalhos pesquisados nas plataformas Scielo e Science
Direct.

Resultados

Paciente feminina, 21 anos, previamente hígida, apresentou-se com cefaleia
frontal à esquerda há 15 dias, bem localizada e em pressão, associada a edema
de partes moles, na ausência de traumas ou achados sistêmicos. A investigação
laboratorial demonstrou anemia microcítica hipocrômica, VDRL positivo (1/256)
e FTA-Abs positivo, com demais sorologias negativas. Ressonância de crânio
evidenciou lesão envolvendo a medular do osso frontal esquerdo, com discreto
aumento de partes moles subgaleal e periosteal, com discreto realce
paquimeníngeo, com suspeita de osteomielite relacionada à sífilis adquirida.
Prosseguiu-se com cintilografia óssea que revelou aumento focal e acentuado
da atividade osteogênica em região frontal da calota craniana, na projeção da
linha média, além de 3 outras áreas de hipercaptação focal mais discretas do
radiotraçador em região parietal e temporal. Paralelamente, foi realizada punção
lombar para a pesquisa de neurossífilis. Diante de discreta pleocitose linfocítica,
sobrepostas aos achados da RM, optou-se pela Penicilina G Cristalina por 15
dias. Após o tratamento houve queda dos títulos de VDRL, resolução da
pleocitose liquórica e dos sintomas. Devido ao diagnóstico de neurossífilis e a
melhora clínica após o tratamento, a lesão óssea foi associada à sífilis, sem a
demanda por biópsia óssea.

Conclusões/Considerações Finais

A osteíte sifilítica é uma complicação mais frequentemente relacionada à sífilis
terciária ou congênita, embora mais raramente se associe à sífilis primária ou
secundária. Deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de lesões ósseas
quando acompanhados de sorologias positivas para sífilis.

Palavras Chave

Osteíte; Neurossífilis

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil

Autores

FERNANDA VIEIRA, LUIZ FELIPE MOTA FREITAS, LEANDRO LIMA DA SILVA, FABIANA CARLA DOS SANTOS CORREIA, BÁRBARA MARCIAS DE SOUZA