Dados do Trabalho


Título

AFOGAMENTO E ORTOSTASE: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

Afogamento é definido pela OMS como a experiência de insuficiência respiratória por submersão/imersão em líquido, o tratamento precoce e ressuscitação imediata são essenciais. O uso de álcool em atividades aquáticas aumenta o risco, e a aspiração de líquidos pode causar lesões pulmonares graves, levando a complicações respiratórias e parada cardiorrespiratória, exigindo internação e terapia ventilatória para melhorar a oxigenação.

Objetivos

Este estudo tem como objetivo analisar e descrever as manifestações clínicas, o manejo terapêutico e os desfechos de um paciente jovem que sofreu afogamento grau III e se apresentou em ortostase, com a necessidade de intubação orotraqueal.

Delineamento e Métodos

Relato de caso, retrospectivo, observacional.

Resultados

Masculino, 26 anos, foi admitido após afogamento com sinais de intoxicação etílica. Socorristas referem que o paciente ficou submerso cerca de sete minutos e apresentava perda de consciência no local, com saída de grande quantidade de líquido por via aérea. Equipe de unidade de suporte avançado encontra paciente em ortostase e não verbalizando, porém em decúbito apresentou dessaturação (79%) e sinais de desconforto respiratório, necessitando de IOT. Sem histórico de trauma, permaneceu estável, lúcido e sem necessidade de oxigênio complementar após extubação, realizada no mesmo dia. Relatou uso de álcool e cocaína. Durante a internação, apresentou somente dor em transição tóraco-abdominal à esquerda. O exame físico não evidenciou alterações significativas. Foi suspeitada pneumonia, sendo prescrito amoxicilina e clavulanato por 7 dias e recebeu alta hospitalar com sinais estáveis. Gasometria da chegada: pH arterial: 7,29, pCO2: 51 mmHg, pO2: 36 mmHg, BE: -2,6 mEq/L, saturação de O2: 61%.

Conclusões/Considerações Finais

Destaca-se a importância do reconhecimento das complicações respiratórias resultantes da aspiração de líquidos, a despeito de confundidores, como a inesperada ortostase do paciente em vigência de afogamento grave. Além disso, reitera-se a importância de conscientização sobre riscos de afogamento em ambientes com substâncias psicoativas, considerando que a maioria dos casos se torna evitável.

Palavras Chave

Afogamento, álcool, cocaína, atendimento pré-hospitalar

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

PALOMA DE SOUZA, LARA MARCO DANDOLINI, GEÓRGIA PAULI AKUI, RICARDO SANDRI , NICHOLAS ALEXANDRE KLEIN DE FREITAS