Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇAO ENTRE MIOCARDIOPATIA ISQUEMICA E SANGRAMENTO GASTROINTESTINAL CRONICO:UM DESAFIO TERAPEUTICO

Fundamentação teórica/Introdução

Miocardiopatia isquêmica é a incapacidade de fornecer suprimento sanguíneo adequado ao tecido cardíaco. Sua principal causa é a ateromatose dos vasos coronários. O tratamento medicamentoso para essa condição inclui antiagregação plaquetária.

Objetivos

Relatar caso de paciente com miocardiopatia isquêmica com limitações ao tratamento devido a sangramento gastrointestinal recorrente.

Delineamento e Métodos

Relato de caso ocorrido em enfermaria de hospital terciário em Recife, Pernambuco.

Resultados

Paciente masculino, 63 anos, com precordialgia aos leves esforços, diagnosticado com miocardiopatia isquêmica. Portador de doença arterial coronariana (DAC), com episódio de infarto agudo do miocárdio em 2019. Cintilografia miocárdica mostrou fibrose com componente de isquemia transitória. Ecocardiograma exibia função sistólica do ventrículo esquerdo reduzida em grau leve (fração de ejeção de 47%). Tem diagnóstico de angiodisplasia em todo trato gastrointestinal, com várias internações por melena, queda importante de hemoglobina e necessidade transfusional. Desde o primeiro episódio de sangramento em 2017, recebeu mais de 100 concentrados de hemácias (CH). Foi submetido a laparotomia exploradora, mas sem proposta cirúrgica para a angiosisplasia pela extensa área afetada. Por ser portador de DACcsintomática foi iniciada antiagregação com ácido acetilsalicílico (AAS), mas houve queda da hemoglobina, chegando a 4,0g/dl. Do ponto de vista cardiológico, tem indicação de cateterismo cardíaco, porém qualquer intervenção, cirúrgica ou com angioplastia percutânea, não poderia ser realizada pela intolerância ao uso do AAS. Portanto, segue com tratamento clínico otimizado com bloqueador de canal de cálcio, betabloqueador, estatina e nitrato. Mantém quadro de angina estável, potencializada pelos episódios de melena, com internações recorrentes e necessidade de hemotransfusão. A definição dos níveis hematimétricos ideais é um desafio nesse paciente, para tentar equilibrar a necessidade de valores mais altos de hemoglobina pela cardiopatia, mas evitar ao máximo novas transfusões.

Conclusões/Considerações Finais

O caso apresentado mostra a importância da tomada de decisão individualizada para cada paciente. Considerando o quadro cardiológico, o paciente necessita de intervenção, mas, levando em conta as outras comorbidades, a abordagem não será benéfica. Assim, o plano terapêutico atual consiste em reposição de ferro, hemotransfusão quando necessário e manejo conservador da cardiopatia.

Palavras Chave

Doença da Artéria Coronariana; Angiodisplasia; Transfusão de Sangue; Angioplastia.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital da Restauração - Pernambuco - Brasil

Autores

MARINA LIA FOOK MEIRA BRAGA, MARIANA LIMA GUERRA, INGRID DANTAS SAMPAIO LEITE, LETICIA PINHEIRO DE MELO, CLARA FELINTO RAMOS