Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: SPA TIPO III: DM1 EM “”LUA DE MEL” E TIREOIDITE DE HASHIMOTO

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução: As Síndromes Poliglandulares Autoimunes (SPA) podem se dividir em até 4 tipos e são associações de deficiências em glândulas endócrinas distintas, de etiologia autoimune. A SPA do tipo 3 caracteriza-se pela presença de lesão direta autoimune da tireoide associada a outras condições como a Diabetes Mellitus tipo 1, excluindo-se a presença de doença de Addison. É uma condição cujo quadro clínico é insidioso e ocorre na fase adulta, com predominância no sexo feminino. Por tratar-se de um grupo heterogêneo de doenças raras, muitas vezes são subdiagnosticadas, e pacientes portadores possuem risco maior de desenvolver outros tipos de doenças autoimunes não glandulares.

Objetivos

Objetivos: Enfatizar a história clínica de paciente portando doença endocrinológica autoimune (SPA tipo III), expressando tireoidite de Hashimoto e Diabetes Mellitus tipo I em “lua de mel”.

Delineamento e Métodos

Métodos: Estudo transversal, observacional e descritivo, do tipo relato de caso.

Resultados

Descrição do caso: Sexo feminino, 50 anos, maratonista, antecedente familiar de irmã portadora de DM tipo 2, sem sinais clínicos de resistência insulínica, evoluindo com quadro de perda ponderal (9 Kg em 3 meses) associado a poliúria, polidipsia, polifagia e glicemia capilar de 369mg/dL, sendo iniciado tratamento com insulinoterapia. Em menos de 1 mês houve necessidade de suspensão do tratamento devido episódios frequentes de hipoglicemia. Os exames laboratoriais confirmaram tratar-se de DM1 em fase de “lua de mel” [Anti-GAD > 2000 UI/ml (> 10 UI); Anti-ilhota reagente; Anti-insulina 1,7 U/ml (> 10 U/ ml)] associado à tireoidite de Hashimoto [TSH= 7,19 mUI/L (0,33 – 5,5 mUI/L); T4 livre= 0,93 mg/dL (0,7 – 1,48 mg/dL); anti-TPO= 1.300 U/ml (< 60 U/ml); ultrassonografia com tireoidite]. A seguir, a dosagem de cortisol basal e anti-21-hidroxilase descartaram doença de Addison, confirmando tratar-se de SPA tipo 3. Recebeu tratamento com levotiroxina 25mcg/dia que precisou de ajuste para 37,5mcg/dia em 6 semanas, e foi mantida em vigilância com sensor contínuo de glicose. A “lua de mel” da paciente durou aproximadamente 10 meses, quando houve recidiva da perda de peso associada à polis, sendo reiniciado o tratamento com insulinoterapia basal-bolus de maneira definitiva até a data de hoje.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões: Destaca-se a importância de um diagnóstico correto de doenças autoimunes, principalmente as Síndromes Poliglandulares, devido a sua natureza rara e às repercussões clínicas sistêmicas.

Palavras Chave

Palavras Chave: Diabetes Mellitus Tipo 1, Poliendocrinopatias Autoimunes, Tireoidite Autoimune

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

YASMIN DE MORAES BOERNER, MARIA LUIZA PENNA DE CARVALHO PINHO, LUCIANA GURSEN DE MIRANDA ARRAES, GIOVANNA MARIA RIBEIRO PLANZO, CASSIO ANTONIO BEZERRA DE OLIVEIRA