Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO DE UMA EPIDEMIOLOGIA ATIPICA DE ARTERITE TEMPORAL BASEADO NO DIAGNOSTICO POR US DOPPLER

Fundamentação teórica/Introdução

A arterite temporal (arterite de células gigantes - ACG) é a vasculite primária sistêmica que afeta principalmente as artérias de grandes e médios calibres com predileção pelas artérias temporais. Predomina no sexo feminino de 2 a 3 vezes com pico de incidência na sétima década. Constitui-se de uma condição inflamatória com complicações graves sendo a perda de visão a mais comum (15 a 20%) decorrendo, sobretudo, do retardo no diagnóstico e tratamento

Objetivos

Relatar uma epidemiologia atípica na arterite temporal baseado no diagnóstico por US doppler.

Delineamento e Métodos

trabalho da modalidade relato de caso em que os dados foram obtidos através do estudo do prontuário e comparados com referências bibliográficas.

Resultados

Homem, 71 anos, hipertenso e tabagista, admitido em hospital terciário devido cefaleia há 60 dias tipo queimação, em região occipital irradiada para temporal à esquerda associada a redução da acuidade visual ipsilateral. Negava pródomos, episódios prévios, febre, fotofobia, fonofobia e osmofobia. Ao exame físico, discreta anisocoria. Exames laboratoriais com elevação significativa de marcadores inflamatórios (PCR e VHS) e a ultrassonografia doppler de artérias temporais demonstrou espessamento da camada médio-intimal (sinal do halo), estenoses segmentares inferiores a 50% e ausência de dilatações aneurismáticas, achados compatíveis com diagnóstico de arterite temporal. Após o diagnóstico, foi instituído tratamento com prednisona 1mg/kg/dia com plano de desmame progressivo. Houve melhora significativa dos sintomas incluindo redução da cefaleia e estabilização da acuidade visual durante todo o período de seguimento.

Conclusões/Considerações Finais

O US doppler serve como um substituto à biópsia da artéria temporal principalmente quando realizado antes do início da corticoterapia. A presença do sinal do halo bilateralmente das artérias temporais é altamente específica para ACG. Estenoses e oclusões também podem ser vistas, embora menos específicas. A vantagem do US doppler é ser um exame não invasivo, rápido e disponível, embora seja operador dependente. Este relato de caso destaca a importância do reconhecimento de ACG diante dos sintomas de cefaleia com comprometimento visual. Bem como, um caso de epidemiologia menos comum, em que o diagnóstico pode ser realizado por ultrassonografia com doppler sem necessidade de aguardar a biópsia da lesão para início do manejo terapêutico.

Palavras Chave

Arterite de células gigantes; Arterite temporal, US doppler; Cefaleia;

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

LETICIA ISABELLE CHAVES, EDUARDO ALBANSKE RABONI, CAMILA RODRIGUES FERREIRA, LUCAS DALMASO PIERONI, MILENA MASSAE YAMASHITA