Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE KAWASAKI ATIPICA ASSOCIADA A SINDROME COLESTATICA: UM DIAGNOSTICO A CONSIDERAR

Fundamentação teórica/Introdução

INTRODUÇÃO: A Doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite de pequenos e médios vasos que afeta com maior frequência as artérias coronárias. O paciente é tipicamente do sexo masculino, com idade entre 3 e 4 anos, e a maior parte da morbidade e mortalidade ocorre pelo envolvimento cardíaco. Entretanto, 15-45% dos casos apresentam-se com quadros atípicos hepatobiliares, como a síndrome colestática, o que dificulta o diagnóstico e tratamento da doença.

Objetivos

OBJETIVOS: Este relato objetiva descrever o caso de um adolescente com DK atípica associada à síndrome colestática, atendido em Santa Catarina em 2022.

Delineamento e Métodos

MÉTODOS: Trata-se de um relato de caso, retrospectivo e observacional. As informações foram obtidas por meio da análise de prontuário e exames laboratoriais e de imagem.

Resultados

RESULTADOS: M.T.O, 13 anos, masculino, sem comorbidades, iniciou com edema, dor e parestesia em pés e mãos, febre, vômitos e exantema polimorfo. Ao procurar atendimento, recebeu sintomáticos e alta. O paciente manteve o quadro de vômitos e de febre, e evoluiu com piora do edema e do exantema. Ao retornar ao hospital, foi internado. Durante a internação, observou-se icterícia, com exames laboratoriais demonstrando padrão colestático. Iniciou-se, assim, uma investigação das principais causas de colestase. A hemocultura e as sorologias pesquisadas foram negativas. A seguir, apresentou esplenomegalia, com ascite mínima à ultrassonografia. Verificou-se também alargamento do tempo de coagulação, e para evitar insuficiência hepática aguda, administrou-se vitamina K. Diante da ausência de melhora clínica, aventou-se a hipótese de DK atípico associado à síndrome colestática. Realizou-se um ecocardiograma com Doppler, que mostrou um aneurisma de tronco da coronária esquerda. Foram realizadas quatro doses de 400 mg/kg/dia de imunoglobulina, e uma dose adicional de 1 g/kg em dose única por conta do acometimento coronário. O paciente evoluiu com boa resposta clínica e laboratorial, e após doze dias de internação, recebeu alta hospitalar, com prescrição de AAS e encaminhamento aos ambulatórios de cardiologia e gastroenterologia.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÕES: O presente estudo demonstrou uma condição rara enfrentada na clínica médica e, por isso, buscou-se evidenciar a importância de considerar a DK como um diagnóstico diferencial no contexto das síndromes febris e das manifestações extra-hepáticas, bem como reforçar a necessidade de reconhecer o espectro de sinais e sintomas não contemplado pelos critérios clínicos tradicionais.

Palavras Chave

Doença de Kawasaki, colestase, artéria coronária, relato de caso.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

MARIO AUGUSTO GHELLERE MILANEZ, MARIANA MASCHMANN MESQUITA, LUCIANO PEREIRA BENDER, LUIS GUSTAVO JUSTO JACINTO, LARA GOMES RONCONI