Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO: INSUFICIENCIA CARDIACA SECUNDARIA A TAQUICARDIA PERSISTENTE EM PACIENTE JOVEM

Fundamentação teórica/Introdução

A insuficiência cardíaca (IC) é causa prevalente de morbimortalidade. Dentre as etiologias não-isquêmicas, a taquicardiomiopatia se caracteriza por disfunção sistólica secundária a quadros de taquicardia persistente. É uma condição rara, atingindo 5% da população adulta, frequentemente associada às taquicardias supraventriculares e também ventriculares.

Objetivos

Relatar um quadro de insuficiência cardíaca causada por taquiarritmias.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

RGS, masculino, 21 anos, previamente hígido. Deu entrada com quadro de dor torácica tipo B, estável hemodinamicamente, com frequência cardíaca (FC) de 135 bpm. O eletrocardiograma (ECG) mostrava extrassístoles ventriculares (ESV) frequentes, com morfologia de via de saída de ventrículo direito (VSVD) e supradesnivelamento de ST ânterosseptal. A troponina era negativa. O Holter evidenciou ritmo sinusal, períodos de escape ventricular, FC média de 72 bpm com 1249 episódios de taquicardia e as ectopias ventriculares eram monomórficas, isoladas, com períodos de bigeminismo e trigeminismo, totalizando 35840 batimentos (42% dos batimentos válidos). Ao ecocardiograma: fração de ejeção de 36%, comprometimento difuso do miocárdio, escape mitral leve e dilatação de câmaras esquerdas. A cineangiocoronariografia não mostrou lesões obstrutivas. Sorologias virais e para Chagas negativas. A ressonância magnética cardíaca constatou ausência de realce tardio miocárdico, não evidenciadas áreas de substituição fibroadiposa. O paciente então foi submetido ao estudo eletrofisiológico, com ablação de foco em VSVD e recebeu terapia medicamentosa com carvedilol, captopril, espironolactona e amiodarona. Durante a internação, evoluiu com melhora clínica e ecocardiográfica após 12 dias tratamento otimizado, com recuperação de FE (51%), mantendo diâmetros cardíacos aumentados e ECG em ritmo sinusal. Recebeu alta hospitalar em uso de metoprolol espironolactona e enalapril.

Conclusões/Considerações Finais

A taquicardiomiopatia é uma entidade rara e potencialmente reversível, com recuperação da FE que pode ocorrer entre 4-6 semanas a depender do impacto estrutural. O diagnóstico precoce impõe impacto na saúde pública, visto a prevalência das taquiarritmias na população jovem, sendo, pois, imperativo seu diagnóstico e manejo, evitando desfechos desfavoráveis.

Palavras Chave

Insuficiência Cardíaca, Taquiarritmia, Taquicardiomiopatia, Jovem

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Área

Clínica Médica