Dados do Trabalho


Título

PREVALENCIA DE DISTURBIOS OLFATIVOS E FATORES A ELES ASSOCIADOS EM PACIENTES POS-COVID

Fundamentação teórica/Introdução

Estudos evidenciaram associação entre COVID-19 e sintomas quimiossensoriais, como disfunção olfatória e disgeusia nas fases agudas e pósinfecção. Assim, é necessário identificar o perfil dos pacientes que mantêm estes distúrbios no período Pós-COVID.

Objetivos

Avaliar a prevalência de cada um dos distúrbios olfativos, nomeadamente: Anosmia, Hiposmia, Cacosmia, Parosmia e Fantosmia, e fatores a eles associados em pacientes que buscaram atendimento ambulatorial de otorrinolaringologia no período Pós-COVID.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal de análise de prontuário de maiores de 18 anos atendidos em ambulatório de um hospital de referência de otorrinolaringologia em Curitiba-PR entre 01/06/2020 e 30/09/2021, por queixas no período Pós-COVID (10 dias ou mais após
confirmação diagnóstica). Todos os registros de consultas médicas ambulatoriais que continha alguma menção à COVID-19 foram triados. Foram excluídos: menores de 18 anos; sem diagnóstico (CID-10) anotado; com diagnóstico de COVID-19 a menos de
10 dias ou em investigação; consultas por motivos não relacionados ao Pós-COVID e casos duplicados. O grupo de pacientes com distúrbio olfativo (CDO), foi comparado com o sem distúrbio (SDO) quanto à idade, sexo, tempo decorrido do diagnóstico de
COVID-19, necessidade de hospitalização por COVID-19 agudo e presença de distúrbio de paladar.

Resultados

Das 40709 consultas triadas, 1330 consultas foram analisadas após aplicação dos critérios de elegibilidade. A taxa de prevalência de
algum distúrbio olfativo no Pós-COVID foi de 38,6%. A hiposmia foi o mais frequente (20,2%), seguido de anosmia (12,4%), parosmia (6,3%), cacosmia (3,5%), fantosmia (1,3%) e 1,1% de distúrbios não especificados. 72 pacientes apresentavam mais de
um distúrbio. Os grupos com (n=513) e sem (n=817) são significativamente diferentes (p<0,001) quanto à: média de idade (CDO: 39±12 vs. SDO: 44±14); mediana de tempo decorrido do diagnóstico (CDO: 90 vs. SDO: 31); proporção de sexo feminino (CDO: 66,1% vs. SDO: 53,1%); de hospitalizações por COVID-19 (CDO: 1,2% vs. SDO:7,6%) e de distúrbio de paladar associados (CDO: 41,3% vs. SDO: 0,7%). Na
comparação entre os tipos de distúrbios olfatórios a anosmia teve associação direta com distúrbios de paladar e é, também, a com maior média de idade dos pacientes.

Conclusões/Considerações Finais

A presença de queixas e distúrbios olfativos está associada à menor
idade, a quadros leves e moderado da COVID-19 aguda e a disturbios do paladar
concomitantes.

Palavras Chave

COVID-19; Pós-COVID-19, Anosmia; Hiposmia, Disosmia.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Pontificia universidade do paraná - Paraná - Brasil

Autores

BETINA SOARES DOS REIS, CLAUDIO JOSÉ BELTRÃO, ISABELLE FAORO GLASER, RAFAELLA STRADIOTTO BERNARDELLI