Dados do Trabalho


Título

CRISE TIREOTOXICA E PARALISIA PERIODICA HIPOCALEMICA EM PACIENTE COM DOENÇA DE GRAVES REFRATARIA - RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A crise tireotóxica é uma exacerbação clínica do quadro de hipertireoidismo, o qual pode ser decorrente da produção de anticorpos contra os receptores de TSH da tireóide (TRAb), quadro conhecido como Doença de Graves¹. A paralisia periódica hipocalêmica tireotóxica (PPHT) é uma manifestação atípica da tireotoxicose, caracterizada por ataques recorrentes de fraqueza muscular².

Objetivos

Abordar as consequências da retirada do Metimazol (Tapazol®) pré-iodoterapia em paciente com Doença de Graves refratária.

Delineamento e Métodos

Trata-se de estudo retrospectivo, descritivo, do tipo relato de caso. As informações foram obtidas por exames laboratoriais, imagens, conversa com o paciente e revisão de literatura. Estudo enviado para análise pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos.

Resultados

Paciente masculino, branco, 32 anos, procedente de Santa Helena/PR, apresentava bócio volumoso com sopro e sintoma de câimbras, compatíveis com PPHT e Doença de Graves há 6 anos. Iniciou tratamento com tapazol, propranolol e rivaroxabana em doses plenas. Em consulta de seguimento, níveis de T4l aumentados; T3>700ng/dL; TRAB>40; TSH=0,01μUI/mL, relatando má adesão. Foi solicitado iodoterapia na dose inicial mínima de 30mci em caráter de urgência; manutenção do tapazol até uma semana antes do procedimento, associado propranolol e dexametasona. Abriu quadro de crise tireotóxica com taquicardia, fibrilação atrial (FA) e suspeita de insuficiência cardíaca (IC), por anasarca e cacifo 4+, em decorrência da suspensão antecipada do metimazol, como descrito nas orientações da clínica de medicina nuclear. Apesar do quadro reservado, atualmente, o paciente se recupera do ocorrido, com sintomas persistentes de câimbra nos membros inferiores. Manteve medicações orais; aguardando iodoterapia e exames tireoidianos.

Conclusões/Considerações Finais

A crise tireotóxica é uma exacerbação clínica do quadro de hipertireoidismo. Neste caso, o diagnóstico prévio de doença de Graves exclui outras possíveis causas, como bócio nodular tóxico e tireotoxicose endógena. Pelo Escore de Burch-Wartofsky, utilizado para o diagnóstico da crise tireotóxica, pontuou 25 (5 pontos para edema periférico - consequente da IC -, 10 pela presença de FA e 10 pelo fator desencadeante - retirada do metimazol), o que caracteriza crise iminente³. Acredita-se que devido aos protocolos para iodoterapia, de suspensão do Tapazol® e a falta de inclusão da dexametasona, o quadro da doença tenha se exacerbado, enfatizando a importância da individualização do manejo.

Palavras Chave

Crise tireotóxica; Paralisia periódica hipocalêmica; Doença de Graves; Hipertireoidismo

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UFPR - Campus Toledo - Paraná - Brasil

Autores

LARA HENRIQUETA BUSSOLARO RICARDI, LAURA BEATRIZ SEGAT, JAYME EUCLYDES PICASKY DA SILVEIRA FREITAS, IGOR EIDI PIRES KAWAMOTO, RENE CESAR AZZOLINI