Dados do Trabalho

Título

CARACTERISTICAS CLINICAS E LABORATORIAIS RELACIONADAS A INTERNAÇAO HOSPITALAR POR COVID-19 EM PACIENTES COM DIABETES

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução: Em 2020, a COVID-19, uma nova infecção do trato respiratório superior transmitida por meio de gotículas, contato direto ou aerossóis, foi declarada como emergência de saúde pública internacional. Notou-se que algumas comorbidades predispunham o desenvolvimento de formas graves da infecção e pior prognóstico, principalmente a diabetes mellitus, com sua exposição crônica a um ambiente metabólico inadequado.

Objetivos

Objetivo: Relacionar características clínicas e laboratoriais à necessidade de internação hospitalar por COVID-19 em pacientes com diabetes.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Estudo observacional transversal que analisou características clínicas (idade; sexo; raça; duração do diabetes; índice de massa corporal; tipo do diabetes e presença de hipertensão arterial) e laboratoriais (valores da última hemoglobina glicada; taxa de filtração glomerular e albuminúria) de uma amostra de pacientes com diabetes tipo 1 ou 2, atendidos em um Núcleo de Atendimento em Diabetes e que tiveram infecção confirmada por COVID-19 durante o período de março de 2020 a fevereiro de 2021. Posteriormente, os dados foram relacionados ao grau de severidade da COVID-19, seguindo os critérios da Organização Mundial de Saúde.

Resultados

Resultados: Um total de 686 prontuários foram revisados e 54 pacientes foram incluídos. A média de idade foi de 57,4 anos, com 10,6 anos de duração da doença e predomínio de mulheres (79,8%). Destes, 85,2% tiveram doença leve, 9,25% doença moderada e 5,55% doença grave, sendo 1 óbito. Os pacientes foram separados em dois grupos, conforme a necessidade (n=8) ou não (n=46) de internação hospitalar. Duas variáveis diferiram entre os grupos, Índice de Massa Corporal (IMC) (33,19 Kg/m2 versus 38,5Kg/m2, P=0,0113) e Hemoglobina Glicada (HbA1c) (8,54% versus 10,06%, P = 0,0283). Individualmente, a análise de regressão logística simples atribuiu uma chance 13 vezes maior de ter a COVID-19 com gravidade moderada ou grave (OR 13,2; P=0,0207) naqueles com IMC ≥35 Kg/m2, enquanto uma HbA1c ≥9% aumenta a chance em cerca de 14 vezes (OR=14,47; P=0,0165). A regressão logística multivariada concluiu que HbA1c ≥ 9% e IMC ≥35 Kg/m2 aumentam expressivamente a forma grave da COVID-19.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão: O presente estudo mostra que maiores valores de IMC e de Hemoglobina Glicada foram associados à necessidade de internação em diabéticos com COVID-19, ainda que apenas uma pequena parte dos pacientes analisados tenham evoluído com formas mais graves da infecção no período selecionado.

Palavras Chave

Palavras-chave: COVID-19. Diabetes mellitus. Severidade.

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Área

Clínica Médica