Dados do Trabalho


Título

Crise Miastênica em paciente com recidiva de timoma, um relato de caso

Fundamentação teórica/Introdução

Miastenia gravis (MG) é uma doença autoimune mediada por anticorpos anti receptores de acetilcolina, comumente caracterizada por fraqueza muscular e fatigabilidade, sendo mais prevalente no sexo feminino, na faixa etária entre adolescência e os 40 anos. Pode ser uma manifestação paraneoplásica, associada ao timoma, podendo manifestar-se inclusive após a ressecção cirúrgica do mesmo.

Objetivos

Relatar manifestação grave da MG. Além disso, evidenciar a importância da correlação com o timoma, para diagnóstico precoce.

Delineamento e Métodos

Relato de caso

Resultados

Trata-se de paciente do sexo feminino, 55 anos, internada devido disfagia e perda ponderal não intencional de 20Kg. Durante a internação, evoluiu com insuficiência respiratória, necessidade de intubação orotraqueal e encaminhamento à unidade de terapia intensiva (UTI). Paciente com histórico de timoma, realizado timectomia em 2011, porém com perda de seguimento com equipe de Cirurgia Torácica desde 2016. Realizada tomografia computadorizada de tórax que evidenciou lesão expansiva hipodensa no mediastino anterior, estendendo-se para topografia para-aórtica, com contornos lobulados e limites parcialmente definidos, sem planos de clivagem com esterno, medindo 6,6x5,2cm. Diante da hipótese diagnóstica de crise miastênica em paciente com recidiva de timoma, foi solicitado anticorpo ligador do receptor acetilcolina, com resultado de 34,70 nmol /L (valor de referência menor que 0,25nmol/L). Também foi realizada biópsia da massa mediastinal, anatomopatológico compatível com doença linfoproliferativa, sem invasão angiolinfática e imuno-histoquímica compatível com timoma, confirmando o diagnóstico anteriormente interrogado. Paciente recebeu tratamento da crise miastênica em situação aguda com imunoglobulina por 5 dias, além do tratamento sintomático com piridostigmina. Realizada tentativa de extubação, sem sucesso, foi submetida a traqueostomia. Recebeu alta da UTI apresentando melhora da força apendicular, para continuidade de cuidados em enfermaria, com proposta de timectomia pela Cirurgia Torácica.

Conclusões/Considerações Finais

Conclui-se que a MG paraneoplásica, pode cursar com manifestações graves. Por estar associada com relativa frequência ao timoma essa hipótese diagnóstica deve ser aventada para correto tratamento em tempo hábil.

Palavras Chave

Crise miastênica, timoma

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

ANA JULIA FARIA CAMARGOS, BRUNA PACHECO ALVES DE SOUSA, ISABELA SOARES MAIA, LARA THOMÉ BARCELLOS, TALITTA FIGUEIREDO MATOS