Dados do Trabalho


Título

HANSENIASE VIRCHOWIANA COM FENOMENO DE LUCIO

Fundamentação teórica/Introdução

A Hanseníase é uma doença causada pelo Mycobacterium leprae cujo espectro de infecção é amplo, afetando principalmente nervos periféricos e a pele. O quadro clínico e o estado reacional são influenciados pela resposta imunológica do indivíduo. Há duas formas de quadro reacional: o tipo 1 e o tipo 2. Entre estes, existe o fenômeno de Lúcio (FL), o qual é considerado como uma variante da reação tipo 2, sendo uma manifestação rara e difusa. Definida por uma reação vascular necrotizante mediada por imunocomplexos em pacientes com Hanseníase Virchowiana sem tratamento indicando um pior prognóstico. O diagnóstico precoce é fundamental para interromper a transmissão da hanseníase e possibilitar melhor evolução.

Objetivos

Relatar um caso de hanseníase virchowiana na vigência do FL

Delineamento e Métodos

Desenvolvido relato de caso com informações de prontuário eletrônico e revisão de literatura em portais como PubMed e Uptodate.

Resultados

Homem, 34 anos, com histórico de anemia crônica e tabagista prévio, sem uso de medicações contínuas foi admitido em hospital terciário por lesões ulceradas em pele com histórico de buscas de atendimentos médicos pelas mesmas queixas. Relata surgimento de lesões bolhosas em membros inferiores que evoluíram para úlceras. Procurou serviço de saúde com prescrição de corticoide e amoxicilina, sem melhora. Iniciou com febre e piora das lesões que motivou nova procura médica. Ao exame físico, paciente apresentava em membros inferiores placas ulceradas dolorosas, de fundo necrótico com presença de fibrina e secreção purulenta. Também haviam nodulações eritematosas em face, madarose distal de sobrancelhas com características de fácies leonina e infiltração difusa na pele, resultando diagnóstico tardio de Hanseníase Virchoviana - Fenômeno de Lúcio. Ante ao exposto, foi instituído tratamento com poliquimioterapia para hanseníase associada ao controle da reação hansênica com prednisona 60mg (1mg/kg/dia) e sulfametoxazol + trimetoprima. Após estabilização, paciente apresentou melhora importante das lesões com manutenção do tratamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase, ainda assim, grande parte destes diagnósticos ocorrem tardiamente na presença de sequelas e complicações contribuindo para a perpetuação do estigma da doença. Dessa forma, é importante estabelecer programas de capacitação de profissionais para diagnosticar precocemente a fim de minimizar deformidades e incapacidades físicas.

Palavras Chave

hanseníase virchowiana; reações hansênicas; mycobacterium leprae

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário Cajuru - Paraná - Brasil

Autores

CAMILA RODRIGUES FERREIRA, BEATRIZ BERTOLETTI MOTTA, MARIA FERNANDA DE AGUIAR SOARES, LETICIA ISABELLE CHAVES, EDUARDO ALBANSKE RABONI