Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE MORTALIDADE POR DOENÇA CARDIACA E RENAL HIPERTENSIVA ENTRE 2011 E 2020: UMA ANALISE DE DADOS DISPONIVEIS NO DATASUS

Fundamentação teórica/Introdução

As doenças cardiovasculares (DCV) estão entre as primeiras causas de morte no Brasil, principal causa de morbimortalidade e de incapacidade. A hipertensão arterial, além de ser um importante corresponsável pelas causas de óbitos, é um dos fatores de risco para o desenvolvimento das DCV. A doença renal hipertensiva é uma complicação da hipertensão arterial sistêmica, constituindo um dos principais fatores de risco para a doença renal crônica.

Objetivos

Avaliar o perfil de mortalidade por doença cardíaca e renal hipertensiva utilizando a variável cor e escolaridade entre os anos de 2011 e 2020.

Delineamento e Métodos

Estudo quantitativo, descritivo, cujos dados foram obtidos por meio do Sistema Informação sobre Mortalidade (SIM) disponíveis no DATASUS/Tabet entre os dias 20 e 23 de fevereiro de 2023. Os dados foram agrupados por cor e escolaridade no período de 2011 e 2020. O Software utilizado foi o BioEstat 5.3, tratados utilizando o método estatístico ANOVA dois critérios, permitindo avaliar comparativamente as macrorregiões brasileiras, utilizando a variável cor e escolaridade. Os dados foram descritos por meio de medidas de frequência simples e relativa.

Resultados

62.5% dos óbitos no Norte dos últimos dez anos por doença cardíaca e renal hipertensiva ocorreram em pardos (p<0.001; n=879) sem nenhuma escolaridade (30.6%; n=431; p<0.001). Nordeste registrou 58.5% (n=2.673; p <0.001) em pardos e 33.6% (n=1.536; p<0.001) naqueles sem nenhuma escolaridade. No Sudeste se concentravam em pessoas brancas (58.9%; n=6.206; p<0.001) naqueles com escolaridade de 1 a 3 anos (28.1%; n=2.957; p<0.001). Houve maior predomínio de óbitos entre pessoas brancas (82.4%, n=3.292; p<0.001) no Sul e naqueles com escolaridade de 4 a 7 anos (p = 0.0121; 28.5%; n=1.140). O Centro-Oeste acumula 45% (n=690; p=0.0835) dos óbitos entre pardos quando comparado aos brancos (40.0%; n=614), sendo mais frequentes naqueles sem escolaridade (26.1%; n=400; p < 0.001). As regiões Norte (62.5%, n=879), Nordeste (58.5%, n=2.673), Centro-Oeste (45.0%, n=690) apresentam registros de óbitos maiores entre pardos, porém sem diferença estatística (p = 0.1067). O Sudeste possui maior índice de óbitos nesta classificação (47.8%; n=10.540; p <0.001) nos últimos dez anos. Há maior frequência de óbitos entre pessoas com tempo médio de escolaridade entre 1 e 3 anos (26.8%; n=5.899; p <0.001).

Conclusões/Considerações Finais

Os óbitos com frequência são registrados em pessoas autodeclaradas pardas e entre aqueles sem nenhuma escolaridade e com tempo médio de estudo menor que sete anos.

Palavras Chave

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

LUCAS MACIEL DE ALMEIDA CORREA, AMANDA OLIVA SPAZIANI, GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA, JOÃO CARLOS BIZINOTTO LEAL DE LIMA, RAUER FERREIRA FRANCO