Dados do Trabalho

Título

PARACOCCIDIOIDOMICOSE DE RAPIDA EVOLUÇAO: UMA CORRIDA CONTRA O TEMPO

Fundamentação teórica/Introdução

A paracoccidioidomicose, 8ª causa de morte por doença infectoparasitária no Brasil, é uma micose sistêmica endêmica na América Latina, causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, associada às atividades agrícolas. Acomete principalmente homens na 2ª década de vida.

Objetivos

Apresentar o caso confirmado de paracoccidioidomicose de rápida evolução em paciente jovem, morador de zona urbana, evidenciando a importância do diagnóstico precoce.

Delineamento e Métodos

Relato de caso retrospectivo e observacional em um serviço público de Minas Gerais com revisão de literatura nas bases de dados Scielo e Cochrane, pelo descritor "paracoccidioidomicose".

Resultados

RESP, sexo masculino, 16 anos, morador de área metropolitana, previamente asmático, admitido com febre, tosse produtiva com hemoptóicos, perda ponderal, linfonodomegalia generalizada e lesões granulomatosas cutâneas difusas há 1 mês. Exames laboratoriais: eosinofilia; sorologias de infecção sexualmente transmissível, toxoplasmose e citomegalovírus não reagentes; hemocultura, investigação para fungos e tuberculose no escarro e no raspado de lesões cutâneas negativas. Tomografia de tórax: linfonodomegalia mediastinal e axilar atípicas, lesões ósseas líticas difusas e micronódulos pulmonares bilaterais inespecíficos. Paciente intercorreu com piora clínica progressiva: cefaleia, dor abdominal de forte intensidade e hemorragia digestiva alta, sem sangramento ativo à Endoscopia Digestiva Alta. Tomografia abdominal: linfonodomegalia com centro necrótico, infarto esplênico, esplenomegalia e dilatação de vias biliares intra-hepáticas. Dadas as hipóteses de Doença Granulomatosa Sistêmica e Neoplasia, realizadas biópsias de linfonodo e lesão cutânea. Evoluiu com critérios de sepse sendo iniciado Meropenem, Vancomicina, corticoide e Anfotericina B lipossomal para sepse fúngica disseminada empiricamente. No 3º dia do antifúngico, o resultado histopatológico revelou o diagnóstico de Paracoccidioidomicose. Por sepse fúngica refratária e parada cardiorrespiratória, evoluiu ao óbito.

Conclusões/Considerações Finais

A Paracoccidioidomicose pode ter comportamento indolente ou rápida evolução, com desfecho desfavorável e morte prematura. O atraso no diagnóstico histopatológico, fator preponderante para início do tratamento, aliado ao grau de disseminação da doença e ao “status” imunológico do paciente são preditores de mau prognóstico. A instituição de terapia empírica pode ser uma alternativa, pesando-se seu risco/benefício, dado o potencial de efeitos colaterais graves.

Palavras Chave

"Paracoccidioidomicose", "Paracoccidioides brasiliensis".

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Área

Clínica Médica