Dados do Trabalho


Título

FEOCROMOCITOMA: RELATO DE CASO EM HOSPITAL DO CENTRO-SUL DO PARANA

Fundamentação teórica/Introdução

Os feocromocitomas são tumores secretores de catecolaminas que se originam das células cromafins da medula adrenal, com incidência estimada em menos de 0,2% nos pacientes que apresentam hipertensão arterial sistêmica (HAS) e de 0,005 a 0,1% na população geral. A apresentação clínica clássica é pela tríade clássica que inclui cefaléia episódica, sudorese e taquicardia. A falta de diagnóstico do feocromocitoma pode levar a prejuízos letais devido suas potenciais complicações cardiovasculares.

Objetivos

Relatar um estudo de caso de diagnóstico de feocromocitoma com revisão atualizada da literatura.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso realizado com as informações obtidas por meio da entrevista clínica da paciente, resultados e laudos dos exames complementares, bem como revisão bibliográfica não sistemática.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 63 anos, previamente hipertensa de longa data, busca atendimento médico em março de 2023 com pressão arterial sistólica de 240 mmHg, associada a precordialgia, em queimação, intermitente, com irradiação para região dorsal. Após o internamento, iniciou-se investigação, levantando-se a hipótese diagnóstica de HAS resistente. Ao exame laboratorial apresentou metanefrina plasmática de 360 pg/mL, normetanefrina plasmática de 2.705 pg/mL e metanefrina urinária de 2707,5 µg/24 horas. Em ressonância magnética do abdome com contraste a adrenal esquerda se apresentou com dimensões aumentadas à custa de massa sólido-cística ovalada e bem delimitada com hipersinal heterogêneo em T2 e intenso realce arterial pelo contraste nas áreas sólidas, medindo cerca de 48 x 47 mm no plano axial, sugestiva de feocromocitoma. Em seguida, a paciente foi alfa-bloqueada com doxazosina 4 mg, beta-bloqueada com metoprolol 50 mg e encaminhada para equipe de cirurgia geral. Após cerca de três semanas de uso da medicação, realizou conduta cirúrgica de adrenalectomia videolaparoscópica, o anatomopatológico apontou neoplasia epitelióide ricamente vascularizada, com imunohistoquímica demonstrando cromogranina A positiva, sinaptofisina e S100 positivas e Ki67 cerca de 2%.

Conclusões/Considerações Finais

A paciente, apesar de já possuir HAS, foi diagnosticada com feocromocitoma após apresentar sintomas mais graves. Desse modo, é evidente a necessidade de vigilância em casos de hipertensão resistente, visando descartar patologias como o feocromocitoma, o que pode prevenir complicações graves e potencialmente letais.

Palavras Chave

Feocromocitoma; Hipertensão Arterial Sistêmica; Catecolaminas.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

LUCAS VIEIRA, CAMILA STRASSACAPA CHOCIAI, MILLENA LIMA ZBIERSKI, GIOVANI CALDOS GNOATO