Dados do Trabalho


Título

OBESIDADE: UM IMPORTANTE FATOR DE RISCO PARA DOADORES DE RIM VIVO NA AMAZONIA CENTRAL

Fundamentação teórica/Introdução

O transplante de rim oriundo de doador vivo é considerado a terapia renal substitutiva ideal por possuir menor taxa de complicações e possibilitar uma resposta eficiente à grande demanda por enxertos no sistema de saúde. A seleção criteriosa e acompanhamento adequado dos doadores constitui um pilar fundamental desta modalidade terapêutica.

Objetivos

Identificar fatores de risco para uma Taxa de Compensação (TC) da função renal inferior à 70% 12 meses após a nefrectomia.

Delineamento e Métodos

Estudo observacional, retrospectivo e longitudinal conduzido com doadores de rim vivo acompanhados no Hospital Regional do Baixo Amazonas que realizaram a nefrectomia entre janeiro de 2016 e dezembro de 2022. Foram excluídos os pacientes que não completaram 1 ano de seguimento. Foram coletados dados correspondentes a variáveis sociodemográficas (sexo, idade, raça/cor), comorbidades (hipertensão, Obesidade/IMC, dislipidemia, alcoolismo e tabagismo) e parâmetros de função renal (creatinina, albuminúria e proteinúria), com a taxa de filtração glomerular (TFG) obtida a partir da fórmula CKD-EPI 2021. A TC da função renal foi obtida com o método: TFG pré-nefrectomia/TFG 12 meses pós-doação. Foi realizada regressão logística para identificar fatores de risco para uma taxa de compensação < 70%. O estudo foi com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará (CAAE: 67526923.0.0000.5168).

Resultados

Foram incluídos 32 pacientes na amostra final. 17 (53.2%) doadores eram do sexo masculino, com idade média de 40.9 (±8.8) e 29 (90.6%) autodeclarados pardos. A TFG média pré transplante foi 104 ml/min/1.73m². 10 (31.25%) eram obesos e o IMC médio foi de 26.9. 14 indivíduos (43.75%) obtiveram uma TC < 70% 12 meses após a doação. A regressão logística identificou a obesidade (Odds Ratio[IC95%]: 10.6 [1.7-65.2]) e o IMC (Odds Ratio [IC95%]: 1.49 [1.09-2.03]) como fatores de risco.

Conclusões/Considerações Finais

A obesidade e IMC mais elevados foram identificados como fatores de risco para uma pior função renal após o transplante, reforçando a importância de estudos adicionais dedicados a investigar os impactos do sobrepeso e obesidade na saúde de doadores de rim vivo. Além disso, reforça-se a necessidade de uma avaliação cuidadosa e individualizada dos possíveis doadores, com acompanhamento rigoroso em especial para os indivíduos de maior risco.

Palavras Chave

Transplante de rim; Doadores vivos; Obesidade.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Estado do Pará - Pará - Brasil

Autores

LUAN MORAES FERREIRA, GISELA GOMES BATISTA, LEONEIDE ÉRICA MADURO BOILLET, EMANUEL PINHEIRO ESPOSITO