Dados do Trabalho


Título

DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL SECUNDARIA AO USO DE NITROFURANTOINA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Nitrofurantoína é um antibiótico com ação bactericida que age nas proteínas ribossômicas bacterianas, sendo amplamente usada para tratamento ou profilaxia de infecções do trato urinário (ITU) inferior não complicada. Entretanto, há efeitos adversos como a toxicidade pulmonar. A pneumopatia associada a essa droga pode ter apresentação aguda com sintomas de febre, dispneia e tosse irritativa que aparecem em torno de oito dias após exposição. A apresentação crônica cursa com dispneia, tosse seca e fadiga que surgem após meses do uso da droga. Ambas apresentam estertores à ausculta pulmonar. As mulheres são mais acometidas possivelmente devido a maior incidência de infecções recorrentes do trato urinário e exposição ao fármaco.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente com doença pulmonar intersticial fibrosante crônica associada ao uso de nitrofurantoína.

Delineamento e Métodos

Os dados contidos neste relato de caso foram obtidos por meio de revisão de prontuário, entrevistas com a paciente, registros dos métodos diagnósticos aos quais foi submetida e revisão de literatura.

Resultados

Mulher, 89 anos, branca, com quadro de ITU de repetição há 4 anos, em uso de nitrofurantoína profilática por 4 anos e apresentando queixa de fraqueza, mialgia e dispneia aos pequenos esforços há 5 meses.
Portadora de hipertensão arterial sistêmica, doença arterial coronariana com infarto do miocárdio há 4 anos e doença renal crônica. Nega tabagismo e etilismo.
Ao exame clínico, presença de estertores crepitantes bilateralmente. Tomografia de tórax com densificações em vidro fosco com espessamento septais, bem como padrão de pavimentação em mosaico com cistos de faveolamento em segmentos periféricos em lobos inferiores, que podem estar relacionados a processo intersticial fibrosante crônico. Investigação para doenças inflamatórias com resultado negativo.
Na internação, realizado tratamento com antibioticoterapia para ITU e suspensa nitrofurantoína. Em tomografia após 3 meses não apresentou piora radiológica, evoluindo com melhora parcial da dispneia. Embora uma biópsia pulmonar pudesse auxiliar no diagnóstico, o mesmo não foi realizado pois os benefícios não excediam os riscos.

Conclusões/Considerações Finais

Embora bastante utilizada em tratamento de infeções do trato urinário e considerada bastante eficaz e segura, a nitrofurantoína em uso prolongado pode levar ao desenvolvimento de doença pulmonar intersticial, devendo-se atentar para a presença de estertores no exame pulmonar desses pacientes.

Palavras Chave

nitrofurantoína; doença intersticial pulmonar

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - São Paulo - Brasil, Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba - São Paulo - Brasil

Autores

RAWENE ELZA VERONESI GONÇALVES RIGHETTI, BÁBARA SANTARÉM SOARES, RENATO TAKESHI ISHIZAVA, KARENN KAROLINNE SILVA ELIAS, RAFAEL SAAD