Dados do Trabalho


Título

PARALISIA DE TODD APOS CRISE CONVULSIVA FOCAL EM PACIENTE HIV POSITIVO UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A paralisia de Todd é a denominação dada a diversos sintomas neurológicos e psiquiátricos após episódio convulsivo, sendo de fisiopatologia desconhecida.(1) Definida, por um período pós-ictal de paralisia transitória, que resulta em uma hemiplegia epilética em 13% dos episódios convulsivos.(2) Por apresentar, uma clínica similar ao AVE, é de extrema importância a exclusão diagnóstica e a diferenciação de ambos, com uso da angio-tomografia computadorizada (TC) (3), evitando o uso desnecessário de Alteplase.(4)

Objetivos

Relatar um caso, trazendo elucidação sobre a paralisa de Todd e sua diferenciação do quadro de AVE.

Delineamento e Métodos

O estudo se trata de um relato de caso, com os dados obtidos de forma retrospetiva coletados de prontuário, após assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido pelo paciente.

Resultados

Mulher, 63 anos, internada por quadro de dor epigástrica e hematêmese, previamente era hipertensa, diabética tipo 2, dislipidemica, com quadro insuficiência cardíaca congestiva isquêmica, transtorno depressivo maior, tabagista, referia episódios prévios de crises convulsivas focais com período pós-ictal, em uso de lamotrigina 100mg/dia. No 10º dia de internação apresentou crise convulsiva focal e após um período de 20 minutos, iniciou com hemiplegia à direita, desvio de rima labial à esquerda, disartria moderada, Glasgow de 13 e pupilas isofotorreagentes bilateralmente. Estava normocárdica, estável hemodinamicamente, euglicêmica e normotensa. Foi realizado TC de crânio sem contraste, não sendo evidenciado áreas de sangramento parenquimatoso. Após a realização do exame, paciente foi transferida com delta para hospital de referência pela permanência do déficit, onde foi realizada angio-TC de crânio que demonstrou ausência de oclusão, estenose, aneurisma, ou malformação no presente estudo, sendo reencaminhada com suspeita de paralisa de Todd, com permanência do déficit à direita. Em TC de crânio de controle, não foi evidenciado áreas de isquemia e de hemorragias parenquimatosas. Após um período de 30 horas, paciente apresentou melhora parcial do déficit que evolui para melhora total em 48 horas.

Conclusões/Considerações Finais

A paralisia de Todd é uma entidade rara e de fisiopatologia desconhecida, porém é de extrema importância o seu diagnóstico precoce e diferenciação de casos de AVE, para evitar-se o uso indiscriminado de trombolíticos. O uso de exames imagem como a TC de crânio reperfusão arterial, é essencial nos casos em que há a suspeita de AVE de caráter isquêmico.

Palavras Chave

Todd's paralysis, acute ischemic stroke, stroke mimics, seizure.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Regional Homero Miranda Gomes - HRHMG - Santa Catarina - Brasil, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Santa Catarina - Brasil, Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI - Santa Catarina - Brasil

Autores

ANA LUIZA PANAZZOLO PANZENHAGEN, JOAO VICTOR MENESES AGUIAR, PAULO SERGIO DAL-RY FILHO, ANA JÚLIA SCHNORR MAYER, REINALDO ROLDÃO D'AVILA