Dados do Trabalho


Título

ANALISE DAS MODALIDADES DIAGNOSTICAS DA DENGUE, ZIKA VIRUS E CHIKUNGUNYA NO BRASIL

Fundamentação teórica/Introdução

As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti possuem uma clínica similar e podem ser facilmente confundidas, gerando notificações de diagnósticos equivocados e tornando-se um desafio de saúde pública.

Objetivos

Comparar as notificações referentes às modalidades diagnósticas para Dengue, Zika Vírus e Chikungunya no Brasil.

Delineamento e Métodos

Estudo ecológico, retrospectivo, observacional e quantitativo com análise das notificações de Dengue e Chikungunya entre 2018 a 2022 e Zika entre 2017 a 2021, utilizando o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS). Foram analisadas variáveis de critério e classificação final.

Resultados

Houve 4.717.333 notificações de casos de Dengue, sendo 42,55% laboratoriais e 57,45% clínico-epidemiológicos. Em relação à acurácia em diagnosticar dengue grave ou com sinais de alarme, o laboratorial ultrapassa o clínico epidemiológico em aproximadamente 1,3% dos diagnósticos. Sobre a Chikungunya, houve 798.373 notificações, sendo 55% clínico-epidemiológico e 45% laboratorial. Ao analisar a classificação final dos métodos diagnósticos, descartaram-se 30,2% das notificações avaliadas por meio clínico e 43,7% das notificações por meio laboratorial. Quanto ao Zika Vírus, 90.631 casos foram notificados, sendo 50,2% por método laboratorial e 33,5% clínico-epidemiológico. Destes, 25,7% foram confirmados, enquanto o método laboratorial obteve 18,9% de confirmação.

Conclusões/Considerações Finais

Conclui-se que há uma diferença de modalidade diagnóstica ao comparar Dengue e Chikungunya com Zika. As duas primeiras têm como principal forma diagnóstica o clínico-epidemiológico. Isso abre lacunas para possíveis confundimentos, sendo muitos casos de Chikungunya subestimados em estatísticas de controle quando tratados como Dengue. Outro dado importante é a maior eficácia do método laboratorial em relação ao clínico ao detectar sinais de dengue grave ou com sinais de alarme. Sobre o Zika, é perceptível uma inversão: há maior proporção de diagnósticos laboratoriais, mesmo com menor taxa de confirmação. Sugere-se então que os diagnósticos clínicos são utilizados em situações de maior Valor Preditivo Positivo. Pela dificuldade em discriminar doenças tão semelhantes são necessários mais estudos e desenvolvimentos tecnológicos que auxiliem na identificação eficiente de tais patologias.

Palavras Chave

Diagnóstico, Dengue, Zika Virus, Vírus Chikungunya

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Pontifícia Universidade Católica - São Paulo - Brasil, Universidade Cidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Universidade Positivo - Paraná - Brasil

Autores

LUISA ZINDELUK ROTENBERG, GIOVANNA NICIZIMA CHRISTIANO, JULIA ARCANJO FERREIRA, AMANDA PIENIZ VIEIRA, JESSIKA YUMI TABA ONO