Dados do Trabalho


Título

LEUCEMIA MONOCITICA CRONICA APOS TRATAMENTO DE ADENOCARCINOMA DE PROSTATA

Fundamentação teórica/Introdução

A Leucemia Mielomonocítica Crônica (LMMC) é uma doença rara que apresenta classificação singular pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Primeiramente classificada como um subtipo de síndrome mielodisplásica, e posteriormente, observou-se que possuía características tanto mielodisplásicas quanto mieloproliferativas, havendo assim sua reclassificação. A idade média do diagnóstico é por volta de 70 anos e não apresenta etiologia conhecida, podendo estar relacionada a fatores ambientais, como radiação ionizante. Ademais, cerca de 1/3 dos pacientes podem evoluir para leucemia mielóide aguda secundária.

Objetivos

Descrever um caso de LMMC agudizada.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

RZ, 84 anos, diagnosticado em 2022 com Adenocarcinoma de próstata Gleason 7 (3+4), apresentava anemia normocítica normocrômica e plaquetopenia. Iniciou tratamento quimioterápico com Leuprorrelina e, após duas semanas, em seguimento, o hemograma evidenciou pancitopenia com 1% de blastos. Em lâmina de sangue periférico, houve prevalência de células imaturas monocíticas e blastos mieloides. O Mielograma demonstrou 11,4 % de blastos com monocitose com células imaturas de 14,5%. Imunofenotipagem com HLA-DR fortemente positivo, CD13 e CD33 moderadamente positivo e CD34 fracamente positivo. Alterações genômicas de RUNX1, ASXL1, FLT3 e SF3B1. Pela idade do paciente, foi iniciada quimioterapia (QT) com Azacitidina (7+3) e Venetoclax de forma contínua. Após 5 ciclos de QT, a nova Imunofenotipagem demonstrou 0,5% de células imaturas.

Conclusões/Considerações Finais

O tratamento da LMMC é feito com Azacitidina em monoterapia. Contudo, nos casos onde há agudização, associa-se Venetoclax. Esta combinação apresenta resultados melhores de resposta à terapêutica, sobretudo em idosos com idade superior a 76 anos e em comparação a quimioterapia intensiva.
A presença de mutações em FLT3 classificaria o caso como risco intermediário. Entretanto, a concomitância de mutações nos genes ASXL1 e RUNX1, configura prognóstico clínico desfavorável, segundo diretrizes propostas em 2022 pela European LeukemiaNet (ELN).
O paciente vem apresentando boa tolerabilidade aos ciclos de QT e redução expressiva na percentagem de células blásticas.

Palavras Chave

Leucemia Mielomonocítica Crônica, Mielograma, células imaturas monocíticas, imunofenotipagem.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

ANA CAROLINA OLIVEIRA FORTES, CHRISTIAN ZUCOLOTTO, MARIA LUIZA LEVINDO COELHO MARTINIS, LAIS TAGLIARI, JAMISON MENEZES