Dados do Trabalho


Título

INSUFICIENCIA CARDIACA AGUDA NO CONTEXTO DA PANDEMIA POR COVID-19: UM RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

A miocardite é secundária a quadro infeccioso, autoimune ou tóxico. Durante a pandemia de COVID-19, com cerca de 37 milhões de casos, é possível que mais de 2,5 milhões de pessoas tenham apresentado alguma inflamação miocárdica no Brasil. As complicações relacionadas ao novo coronavírus advêm da lesão miocárdica com alteração na regulação neuro-humoral e da resposta inflamatória que eleva citocinas relacionadas à injúria do sistema cardiovascular. O quadro de miocardite por COVID-19 pode ser grave, com falência muscular, insuficiência cardíaca, choque cardiogênico e arritmias malignas. Portadores de disfunção miocárdica prévia, diabéticos, hipertensos, obesos, gestantes e imunodeprimidos podem apresentar formas mais graves.

Objetivos

Apresentar caso de miocardite por COVID-19.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Descrição do caso: Homem, 60 anos, buscou atendimento por fadiga intensa. Há duas semanas teve febre e queda do estado geral. Hipertenso em uso irregular de Losartana e Bisoprolol, IMC de 31. Na última semana evoluiu com fadiga, hipotensão e dispneia aos moderados esforços. Pressão Arterial=122/78 mmHg, Frequência cardíaca=100 bpm, Frequência Respiratória=28 ipm. Crepitantes basais e ritmo cardíaco em 2 tempos. Edema de membros inferiores ++/4. Eletrocardiograma com Bloqueio do Ramo Esquerdo e Extrassístoles Supraventriculares. Radiografia de tórax com cardiomegalia e congestão pulmonar, indicando insuficiência cardíaca aguda. Devido à superlotação hospitalar, o manejo foi ambulatorial com Bisoprolol, Enalapril, Espironolactona, Furosemida e Prednisona, repouso e dieta hipossódica. Houve regressão sintomática em poucos dias. Exames laboratoriais: Peptídeo Natriurético Cerebral (BNP)=2837 pg/mL e IgM positivo para COVID-19. Ecocardiografia: aumento de átrio esquerdo (AE) (44mm) e ventrículo esquerdo (VE) (dimensões sistólica/diastólica=61/46mm), hipertrofia concêntrica (espessura de septo/parede posterior=12/12mm) e disfunção sistólica com hipocinesia (fração de ejeção de 48%). Em 3 semanas, ausência de queixas e BNP=560pg/mL. Em um ano, a ecocardiografia mostrou redução de AE e VE e melhora da fração de ejeção. Após dois anos, o paciente mantém-se assintomático, ativo fisicamente, com BNP=270 pg/mL, em uso de Valsartana, Bisoprolol e Espironolactona.

Conclusões/Considerações Finais

Considerações finais: O rápido manejo da miocardite por infecção viral é essencial. É relevante destacar que pacientes em suspeita de miocardite devem ter restrição física até melhora.

Palavras Chave

Palavras-chave: COVID-19, Miocardite, Insuficiência Cardíaca Aguda, Complicações do Covid-19.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Categoria

Relato de Caso

Instituições

DEMED - UNICENTRO - Paraná - Brasil, Liga Acadêmica de Clínica Médica da Unicentro - Paraná - Brasil, UNICENTRO - Paraná - Brasil

Autores

NATHALIA WESSLER, ABRÃO JOSÉ MELHEM JUNIOR, ISABELA MAÍRA MEIER JARDIM, JHENIFFER DE ANHAIA PEREZ, MELANY NAIADE BOTTEGA MARIUSSI