Dados do Trabalho


Título

DISCREPANCIAS SOCIORREGIONAIS NO TRATAMENTO E MORTALIDADE POR TUBERCULOSE NO BRASIL NA ULTIMA DECADA

Fundamentação teórica/Introdução

A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa negligenciada transmitida por via aérea e considerada curável e tratável. Estima-se que a incidência mundial seja de 10 milhões. O Brasil concentra cerca de um terço de todos os casos de TB das Américas, configurando quadro de preocupação nacional e internacional. Além disso, é sabido que as cinco regiões do país apresentam grande diversidade sociocultural, econômica e demográfica, refletindo na variedade da manifestação de casos, adesão ao tratamento e mortalidade por TB.

Objetivos

Analisar os dados de notificação, abandono do tratamento e óbitos por TB nas regiões do Brasil entre 2013 e 2022.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo, descritivo e quantitativo realizado a partir de dados secundários obtidos no Sistema de Informação e Agravos de Notificação. Foram selecionadas as variáveis de casos notificados, abandono terapêutico e óbitos por TB nas regiões do país, entre 2013 e 2022.

Resultados

O número total de casos de TB no Brasil foi de 904.589, enquanto o de abandono do tratamento foi de 114.629 e de óbitos, 33.900. Quanto à distribuição regional, o Norte foi o mais acometido (595 casos/100 mil habitantes), seguido do Sudeste (481 casos/100 mil habitantes) e Nordeste (434 casos/100 mil habitantes). Em relação ao abandono terapêutico, houve 74 ocorrências por 100 mil habitantes no Norte, seguida do Sudeste, com 65 casos, enquanto o Centro-Oeste obteve o menor valor, com 33 ocorrências. No que tange à mortalidade, o Sudeste apresentou 19 óbitos por 100 mil habitantes, seguido do Nordeste, com 18 óbitos; Norte, com 15 óbitos; Sul, com 14 mortes; e, em último plano, Centro-Oeste, com um total de nove óbitos.

Conclusões/Considerações Finais

Nota-se que, apesar do Sudeste, região mais populosa do país, alcançar o segundo lugar de acometimento por TB devido à grande densidade populacional, o Norte atingiu as maiores taxas de infecção e abandono terapêutico, além de significativo número de óbitos. Destaca-se que o Centro-Oeste obteve o menor valor de abandono terapêutico, enquanto também apresentou menor número de óbitos. Diante disso, o conhecimento do cenário epidemiológico é de suma importância para planejar melhorias no manejo clínico, na prevenção e no direcionamento de políticas públicas, visando as diferenças sociorregionais.

Palavras Chave

Tuberculose; Epidemiologia; Indicadores Básicos de Saúde; Disparidades em Assistência à Saúde.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

NATALIA MENEZES NUNES DE OLIVEIRA, LAÍS DINIZ PESSOA DE SANTANA, HELEN GOMES DOS SANTOS ALVES DE OLIVEIRA, FREDERICO MARCOS CHAVES FRAZÃO DE CARVALHO RAMOS NETO