Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: HIPERPROLACTINEMIA COM RESOLUÇAO APOS APOPLEXIA

Fundamentação teórica/Introdução

A hiperprolactinemia decorre do aumento sérico de prolactina (PRL). Trata-se do distúrbio hipotalâmico hipofisário mais comum e é causa frequente de hipogonadismo hipogonadotrófico adquirido, podendo estar relacionado a um macroprolactinoma. Os sintomas cursam com galactorreia, ginecomastia, disfunção erétil, diminuição de libido, infertilidade, osteoporose e ganho de peso, nos homens.

Objetivos

Descrever um caso de macroprolactinoma em paciente com anemia talassêmica e pan-hipopituitarismo, com resolução após apoplexia e tratamento farmacológico.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente A.C., 49 anos, masculino, sacerdote, chega à consulta no endocrinologista devido a anemia e hipogonadismo, queixando-se de alteração tireoidiana, xerodermia, cabelo seco, constipação intestinal e astenia.
Relatou internação em unidade intensiva (UTI) há algumas semanas devido a hemorragia digestiva por conta de úlcera gástrica (HDA), confusão mental, cefaléia intensa e visão turva. Exames realizados na UTI revelaram PRL >200nl/mL, hormônio tireoestimulante (TSH) 5,21mU/L e T4 total 4,33ng/dL.
Ao exame físico, pálido, pressão arterial de 115/75 mmHg, estatura de 1,6 m, peso de 61,5 Kg e ausência de pelos no corpo. A campimetria demonstrou hemianopsia heterônima bitemporal.
Em retorno com exames, apresentou pan-hipopituitarismo – PRL 102nl/mL, testosterona 90ng/dL, TSH 5,19mU/L, T4livre 0,26ng/dL, hormônio foliculo-estimulante 0,31mUI/mL, hormônio luteinizante <0,1UI/mL, hormônio do crescimento 0,05ng/mL – e sela túrcica vazia em ressonância magnética (RM).
Instituiu-se tratamento com bromocriptina (por associar hiperprolactinemia secundária ao efeito haste), testosterona depot, levotiroxina, prednisona, somatropina, alendronato e cálcio com vitamina D.
Dadas a análise dos exames laboratoriais e RM com sela túrcica vazia, suspendeu-se a bromocriptina. Suspeitou-se de uma hiperprolactinemia secundária a um macroprolactinoma desde a juventude, com compressão do quiasma óptico que, após dois episódios de apoplexia, resultou em sela túrcica vazia. O fato justifica o quadro agudo de cefaleia, visão turva e confusão mental que apresentou há cerca de sete anos e após HDA.

Conclusões/Considerações Finais

O quadro inicial de prolactinoma com hipogonadismo determinou a escolha sacerdotal e os relatos de ausência de fantasias sexuais. Com o tratamento de reposição hormonal, o paciente referiu melhora clínica geral, mas com reposição de testosterona vivenciou uma puberdade aos 50 anos de idade, colocando em prova sua vocação.

Palavras Chave

Prolactinoma; Apoplexia hipofisária; Hipogonadismo.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - Paraná - Brasil

Autores

ANNA BARBARA LEAL MARCOLIN, ANNE ESTER SILVA LUDOVICO, RENE CESAR AZZOLINI