Dados do Trabalho


Título

SINDROME MALIGNA DO PSOAS

Fundamentação teórica/Introdução

Relatada pela primeira vez em 1990, a síndrome maligna do psoas é uma manifestação clínica inabitual, de prognostico reservado, com tratamento paliativo. A invasão tumoral do músculo psoas causa plexopatia lombossacral ipsilateral e flexão dolorosa do quadril, produzindo dor nociceptiva intensa. A prevalência de invasão metastática muscular é rara, varia de 0,03% a 5,6%, e no musculo psoas representa 10,1% desse universo.

Objetivos

Chamar atenção para metástase invasora do músculo psoas por neoplasia maligna do trato intestinal.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Feminino, 58 anos, negra. Relata quadro álgico no quadril à direita iniciado há 03 meses, diagnosticada com tendinite e artrose de quadril, além de perda ponderal de 10 kg nos últimos 3 meses. Nega distúrbios alimentares, sudorese noturna ou febre. Ao exame físico, encontrava-se em regular estado geral, acianótica, anictérica, afebril, sarcopenica. Chamava atenção para a presença de uma massa palpável, em flanco direito. Na ultrassonografia abdominal, o rim direito apresentava dilatação pielo-calicial, e em região meso gástrica direita, uma formação nodular heterogênea com calcificações grosseiras. A tomografia de abdome evidenciava massa heterogênea hiper captante de contraste no músculo psoas direito com compressão do ureter e hidronefrose à montante, osteoesclerose da metade direita do corpo de L3-L4, sugerindo o diagnóstico de doença de Pott. Realizada nefrostomia e iniciado esquema RIPE, evoluindo com resposta parcial ao tratamento, reduzindo o quadro álgico e com ganho ponderal de 2 quilos. Feita a biopsia da coluna vertebral, com anatomopatológico negativo. Realizada a biopsia do musculo psoas, guiada por tomografia computadorizada, com resultado também negativo. Na terceira tentativa de esclarecer o diagnóstico, desta vez por laparotomia diagnóstica com visualização direta do musculo psoas, o anatomopatológico revelou adenocarcinoma invasor e a imuno-histoquímica expressou citoqueratina 7, citoqueratina 20 (focal) e CDX2 (focal), que favorece origem em trato gastrointestinal, incluindo pâncreas e vias biliares. Foi suspenso o tratamento com esquema RIPE e a paciente encaminhada para o serviço de oncologia onde permanece em tratamento.

Conclusões/Considerações Finais

Pacientes acometidos pela síndrome maligna do psoas, recebem tratamento paliativo e tem uma sobrevida curta. Diante desse fato, a busca pelo correto diagnóstico é de suma importância visando garantir a terapêutica necessária para proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente.

Palavras Chave

Adenocarcinoma, doença de Pott, hidronefrose, tuberculose, dor.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

ELIEZER BASTOS DE OLIVEIRA JUNIOR, GILMARA MAGESTE SOUSA VON HELD, KIKYALLAN SOARES RODRIGUES, MARIA ESTER VIEIRA CURTY BERNARDO, HUMBERTO DE PAIVA SOUZA