Dados do Trabalho


Título

TREMORES OCULARES E FOTOFOBIA INTENSA EM PACIENTE PEDIATRICO COM TESTE DO OLHINHO SEM ALTERAÇOES: UM RELATO DE CASO DE ANIRIDIA E SUAS POSSIVEIS DELEÇOES GENETICAS CONCOMITANTES.

Fundamentação teórica/Introdução

A aniridia congênita ocorre por mutação do gene PAX6, cursando com vários graus
de hipoplasia da íris e fóvea. Além disso, pode ser uma manifestação da síndrome
WARG.

Objetivos

Descrever um caso de aniridia relatando suas manifestações clínicas, possíveis
alterações genéticas concomitantes e exames para diagnóstico.

Delineamento e Métodos

Estudo do tipo relato de caso, retrospectivo, observacional, qualitativo e descritivo.

Resultados

A.S.F, 4 meses e 18 dias, comparece a um hospital no setor de oftalmologia por
suspeita de aniridia bilateral, não sendo detectada nenhuma alteração no teste do
olhinho. Mãe nega intercorrências no parto e pais relatam que desconhecem casos
na família. Pais referem que a criança apresenta fotofobia intensa com inquietação,
choro e tremores oculares repetitivos, não fixando o olhar. Na biomicroscopia há
presença de córnea e cristalino transparente associados à aniridia total bilateral. Ao
exame de Teller II, realizado a 38 centímetros verticalmente, a acuidade visual em
ambos os olhos era de 20/1400. A fundoscopia ocular foi de difícil realização por
nistagmo importante, revelando hiperpigmentação normal da região macular, mas
sem presença da depressão foval. Não foi possível descartar hipoplasia de mácula e
papila. A refração objetiva e subjetiva apontou hipermetropia de +4,00 em ambos os
olhos. A conduta contou com a solicitação de lentes de contato fotocromáticas e
orientações de uso aos pais da paciente, associada à lubrificação ocular. Realizou-se
encaminhamento ao nefrologista e geneticista. A paciente realizou ultrassonografia
dos rins, excluindo tumor de Wilms. Realizou rastreio genético, constando-se a
mutação no gene PAX6, mas excluindo a alteração do gene WT1.

Conclusões/Considerações Finais

A aniridia congênita cursa com graus de hipoplasia da íris e fóvea variáveis, gerando
deficiências visuais importantes, podendo ter complicações como ceratopatia,
glaucoma, catarata e olho seco. O diagnóstico definitivo ocorre pela comprovação da
mutação genética no gene PAX6, podendo ter ausência concomitante do gene WT1,
causando a síndrome de WAGR (aniridia, tumor de Wilms, anomalias gênito-urinárias
e retardo mental).

Palavras Chave

Aniridia, Proteína PAX6, Deficiência Visual, Transtornos da Visão, Síndrome WAGR.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Categoria

Relato de Caso

Autores

CECILIA JULIANI FELIPPE, GAIA BATISTA, MIRELA COMIN SALVARO