Dados do Trabalho


Título

ABSCESSO HEPATICO E NODULOS PERI-ESPLENICOS COMO APRESENTAÇAO DE TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

A tuberculose é uma doença infecciosa que acomete especialmente os pulmões, mas pode afetar outros órgãos, sendo então denominada extrapulmonar. Sua forma hepatoesplênica tem sintomas inespecíficos que dificultam o diagnóstico.

Objetivos

Relatar caso de tuberculose hepatoesplênica em paciente imunocompetente, suas manifestações e manejo.

Delineamento e Métodos

Relato de Caso.

Resultados

Paciente masculino, 35 anos, previamente hígido, apresentava epigastralgia e linfonodomegalias nos hilos hepáticos e esplênicos. Sem febre, sudorese noturna ou sarcopenia. Uma punção do linfonodo no hilo esplênico evidenciou processo inflamatório crônico linfo-histiocitário, com esboço granulomatoso e necrose, BAAR negativo. Prova tuberculínica e sorologias virais negativas, além de endoscopia digestiva alta e tomografia computadorizada de tórax também normais. Paciente evoluiu com febre, sendo submetido à ressonância magnética de abdome que revelou abscesso hepático com volume de 360 ml. Realizada punção e drenagem do conteúdo, com crescimento de Streptococcus intermedius sensível à Ceftriaxona e Metronidazol.
Ao final do tratamento, apresentou calafrios, taquicardia e piora laboratorial. Novos exames confirmaram aumento do abscesso e manutenção dos nódulos hilares esplênicos, com necessidade de nova punção/drenagem e início de Vancomicina, Tazobactam e Piperacilina. Solicitadas novas culturas, BAAR e PCR-Mycobacterium tuberculosis (PCR) do líquido.
A análise do líquido revelou PCR e cultura positivos para Mycobacterium tuberculosis, confirmando o diagnóstico de tuberculose extrapulmonar. Devido a lesão renal aguda, paciente iniciou tratamento alternativo para tuberculose com Levofloxacino e Rifampicina que foi posteriormente substituído para o esquema padrão com Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol (RHZE).
Após duas semanas, evoluiu com melhora clínica e laboratorial e recebeu alta para seguimento com infectologista.

Conclusões/Considerações Finais

A tuberculose hepatoesplênica é extremamente rara, com apresentação clínica variada e inespecífica. O diagnóstico padrão ouro é a cultura, mas o resultado pode demorar até oito semanas, o que atrasa a confirmação e reforça a necessidade de outros métodos, como o PCR. É importante que profissionais da saúde estejam atentos e usem todos os recursos disponíveis para ampliar a possibilidade diagnóstica em pacientes com sinais clínicos da doença.

Palavras Chave

Tuberculose, Tuberculose abdominal, Tuberculose Hepática, Tuberculose Hepatoesplênica.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Santa Catarina - Brasil

Autores

LAISE MINSKI, LUÍSA MARIA BALBINOT, FERNANDA PICKBRENNER DE ALMEIDA, MARIANGES ZADROZNY GOUVÊA DA COSTA, KAROLINE KUHNEN FONSECA