Dados do Trabalho


Título

MIOCARDITE POS INFECÇAO AGUDA POR VIRUS DA DENGUE: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A arbovirose dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, responsável por causar uma doença febril aguda, a qual se manifesta desde uma síndrome viral inespecífica e benigna até casos graves e potencialmente fatais, estes dependentes do sorotipo viral, infecções, imunidade e a correlação de patologias.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente com dengue, cujo prognóstico é benigno, evoluindo para uma complicação cardiológica grave.

Delineamento e Métodos

As informações foram obtidas através da revisão de prontuário.

Resultados

C.L.L, feminina, 33 anos, residente na cidade de Maringá, no Paraná, internada no Hospital São Marcos, em abril de 2023. Ao exame inicial estava afebril, normotensa e normocárdica com plaquetopenia e leve aumento de transaminase, apresentando antígeno NS1, sorologias IgM e IgG positivas para dengue. No segundo dia, evoluiu com dor e aumento do volume abdominal e sinais de choque. Foi transferida para UTI, solicitado radiografia de tórax e tomografia de abdome, que demonstraram derrame pleural moderado e líquido em cavidade abdominal. Ainda no primeiro dia em UTI, iniciou evolução grave com aumento de enzimas cardíacas e instabilidade hemodinâmica, iniciando dobutamina e noradrenalina, associado à ventilação não invasiva. O ecocardiograma transtorácico (ECO TT) realizado demonstrou ventrículo esquerdo com diâmetros preservados, porém com disfunção sistólica de grau moderado com fração de ejeção de 33% em uso de dobutamina, e ventrículo direito apenas com disfunção sistólica com TAPSE de 14 mm. A paciente obteve boa evolução à terapia de suporte com melhora gradual até recuperação da função ventricular e hemodinâmica. O último ECO TT foi realizado três dias antes da alta, com FE ventricular esquerda de 56% e derrame pericárdico discreto. Paciente recebeu alta após 10 dias de internamento com retorno ambulatorial. Ressonância magnética após a alta revelou FE 60%, realce tardio com padrão não coronariano e mesoepicárdico nas porções medial e basal das paredes anterior, lateral, inferior e inferoseptal do VE, edema epicárdico nas porções citadas, derrame pericárdico mínimo e ausência de defeitos de perfusão miocárdica.

Conclusões/Considerações Finais

Com o caso apresentado, conclui-se que, a dengue pode evoluir com falência orgânica. Sendo importante atentar-se à forma grave e suas complicações, obtendo diagnóstico precoce, tratamento de suporte e manejo da função cardíaca, bem como, atuar com ações sanitárias no combate ao vetor, a fim de reduzir a incidência da doença.

Palavras Chave

Miocardite; disfunção sistólica; dengue; arbovirose

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

NATHALIA DE CARVALHO BALAN, BRUNO D'URSO SCRAMIM, LUISA MIRANDA LOIDI