Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE MENINGITE NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2012 A 2019.

Fundamentação teórica/Introdução

A meningite é considerada endêmica no Brasil e se caracteriza por inflamação das meninges, desencadeada por diversos agentes etiológicos, principalmente vírus e bactérias. Trata-se de uma doença de alta complexidade e quadro clínico severo, podendo acarretar sequelas graves, com importante impacto em morbimortalidade.

Objetivos

Analisar o perfil epidemiológico dos casos de meningite no Brasil no período de 2012 a 2019.

Delineamento e Métodos

Estudo descritivo, quantitativo, de caráter observacional, com dados dos casos confirmados de meningite, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e disponibilizados no departamento de informática do Sistema Único de Saúde (SUS). As variáveis utilizadas foram: região de notificação, etiologia, sexo, faixa etária e evolução.

Resultados

Entre 2012 e 2019, foram confirmados 141.980 casos de meningite no Brasil, com uma média anual de 17.747,50. Quanto às regiões geográficas, destaca-se a Sudeste com mais de metade das notificações (54,67%), com as demais apresentando as seguintes porcentagens: Sul (20,13%), Nordeste (16,17%), Centro-Oeste (4,53%) e Norte (4,50%). Dentre as 10 etiologias descritas, prevaleceram a asséptica (47,15%) e por outras bactérias (15,76%), sendo que em 15,47% dos casos a informação foi não especificada e ignorada/em branco, em 0,25%. Houve maior número de casos no sexo masculino, com uma razão de 1,43. Em relação à faixa etária, predominaram os intervalos de: 20-39 anos (19,27%), 1-4 anos (18,41%), menores de 1 ano (15,02%), 40-59 anos (14,23%) e 5-9 anos (13,60%). E sobre a evolução, 79,42% receberam alta, 9,09% foram a óbito por meningite, 3,86% morreram por outra causa e em 7,60% o desfecho foi ignorado/em branco.

Conclusões/Considerações Finais

Constata-se um número expressivo de casos de meningite no país, apesar de haver medidas eficazes de prevenção contra a doença, como por meio das vacinas amplamente disponíveis no SUS, sobretudo no calendário vacinal infantil. Logo, o movimento antivacina, o qual tem se destacado atualmente, representa um grande entrave no controle da meningite, uma vez que muitos indivíduos permanecem susceptíveis à infecção e perpetuam a cadeia de transmissão. Dessa forma, deve-se investir em conscientização populacional, evidenciado as consequências da não adesão às vacinas e o impacto da imunização no controle de doenças, com vistas à prevenção e ao combate à meningite.

Palavras Chave

Meningite; Epidemiologia; Brasil; Saúde pública.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Amapá - Amapá - Brasil

Autores

FERNANDA GESSICA DA SILVA DUARTE, MARIA HELENA MENDONÇA DE ARAÚJO