Dados do Trabalho


Título

SINDROME TORACICA AGUDA NA ANEMIA FALCIFORME: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A anemia falciforme (AF) é uma condição hereditária em que a hemácia sofre mutação gerando a hemoglobina S (HbS). Em baixa concentração de oxigênio (O2), as HbS distorcem-se em foice, obstruindo os vasos sanguíneos, gerando uma crise vaso-oclusiva (CVO) com isquemia/infarto de tecidos. Uma complicação da AF é a síndrome torácica aguda (STA), caracterizada por um novo padrão radiográfico pulmonar, febre, dor retroesternal e alterações respiratórias. A STA é a principal causa de óbito na AF por ocluir os vasos pulmonares. A STA tem como causas infecções, atelectasia, broncoespasmos, tromboembolismo e embolia gordurosa. O álcool é um fator de risco, pois agrava o afoiçamento das hemácias e desencadeia fenômenos tromboembólicos na AF.

Objetivos

Abordar a STA como complicação da CVO na AF ao retratar o caso de um portador de AF, que evoluiu com STA por má adesão ao tratamento e exposição a fatores de risco.

Delineamento e Métodos

Relato de caso realizado através de método retrospectivo, analítico, observacional e descritivo. Os dados clínicos coletados do prontuário. Para a revisão de literatura, utilizou-se as plataformas Google Acadêmico, SciELO, PubMed e Periódicos da Capes, entre os anos de 1998 a 2023.

Resultados

Masculino, 19 anos, diagnosticado com AF à triagem neonatal, proveniente de Recife, PE, há um mês residente em Francisco Beltrão, PR. Desde a mudança, cessou o uso de hidroxiureia e ácido fólico, e iniciou consumo alcoólico. Três dias antes da internação, buscou atendimento em UPA por dor em membros superior e inferior esquerdos, recebeu analgesia e obteve alta. A um dia da admissão iniciou com dor torácica, dispneia e febre, buscou a UPA e foi internado. Na admissão, apresentava-se hipocorado, desidratado, ictérico, febril, dispneico, hipossaturando. Na ausculta pulmonar, estertores crepitantes. Exames laboratoriais revelaram leucocitose e tomografia de tórax mostrou opacidades consolidativas em lobos inferiores, bilaterais, caracterizando a STA. Realizado oxigenoterapia, transfusão de hemoconcentrados, antibioticoterapia, hidratação, analgesia, tromboprofilaxia e retorno da medicação de uso prévio. Evoluiu com melhora clínica, desmame de O2, recebeu alta e orientação de seguimento ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

Paciente com STA secundária à AF por abandono de tratamento e abuso de álcool. Nota-se a importância de identificar a AF na triagem neonatal e o seu acompanhamento para evitar e/ou detectar complicações das CVOs, elevando a sobrevida na AF.

Palavras Chave

Doença Falciforme; Anemia Falciforme; Síndrome Torácica Aguda.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

JULIANA DE SOUZA PELANDA, ANA BEATRIZ FLORES, ARTUR RÖSE ZINI, EVALDO WUST NETO, TATIANA MARANGON