Dados do Trabalho

Título

ACIDOSE LACTICA ASSOCIADA A METFORMINA

Fundamentação teórica/Introdução

INTRODUÇÃO: A metformina é primeira linha de tratamento de diabetes mellitus tipo 2. Dentre possíveis efeitos colaterais destaca-se a acidose láctica associada à metformina, complicação rara, definida como presença pH<7.35 e lactato sérico >5,0 mmol/L associado ao uso de metformina.

Objetivos

OBJETIVOS: Relatar um caso sobre acidose lática associado ao uso de metformina em paciente sem disfunção renal ou quadro agudo vigente.

Delineamento e Métodos

MÉTODOS: Relato de caso retrospectivo observacional com informações via prontuário eletrônico e revisão de literatura em portais de pesquisa como PubMed e Uptodate.

Resultados

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente masculino, pardo, 64 anos, previamente etilista, tabagista, portador de Diabetes Mellitus Tipo 2 insulino dependente e cirrose alcoólica. Em uso de insulina e metformina para controle glicêmico. Internação recente durante 3 semanas por pancreatite alcoólica, na ocasião da alta, reiniciado Metformina dose de 2g/dia. Paciente retorna um dia após à alta ao hospital terciário com dor abdominal difusa, náuseas e confusão mental. Nos exames de admissão acidose metabólica com ânion GAP aumentado (22), gasometria arterial com pH de 7,14 BIC 9 PCO2 29 e lactato sérico de 13,3 mmol/L. Descartado outras causas que ocasionam tal distúrbio ácido básico como cetoacidose, sepse, insuficiência hepática ou intoxicações. Suspenso o antiglicêmico e iniciada hidratação, houve resolução do quadro dois dias após tais medidas, resultado de lactato dois dias após suspensão da metformina de 1.6mmol/L. Diante do exposto, aventado a hipótese diagnóstica de acidose láctica associada à metformina. Mediante PH >7.0, paciente clinicamente estável e sem sinais de insuficiência hepática aguda/renal, não foi realizado solução bicarbonato tampouco houve necessidade de remoção extracorpórea com hemodiálise. Alta hospitalar após 5 dias de internamento com prescrição de insulinoterapia exclusiva para controle glicêmico.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÕES: A relevância da discussão se dá pela gravidade do quadro, baixa suspeição diagnóstica e mortalidade próxima à 36%. Fundamental ponderar a utilização criteriosa da metformina especialmente no doente idoso e com outras condições que podem predispor à acidose, como em portadores de doença hepática, renal ou infecção aguda. Dentre os principais sintomas são vômitos, dor abdominal, taquipneia, sonolência. O tratamento é composto de medidas de suporte, reposição de bicarbonato caso pH<7.10, hemodiálise em casos graves.

Palavras Chave

Metformina, acidose láctica associada à metformina, distúrbio ácido-base.

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Área

Clínica Médica