Dados do Trabalho


Título

TIMOMA NAO CORRELACIONADO COM MIASTENIA GRAVIS COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE DOR RETROESTERNAL SUBITA: UM RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

O timo, glândula crucial no desenvolvimento do sistema imune adaptativo, tende a regredir em uma trama fibrogordurosa na puberdade, podendo, em raros cenários, originar o timoma - neoplasia derivada das células epiteliais do próprio órgão, a qual é frequentemente associada a sintomas correlacionados com miastenia gravis (MG) ou síndromes paraneoplásicas. A importância do presente relato reside na ênfase acerca desta patologia como diagnóstico diferencial para dor torácica isolada, tendo em vista sua natureza neoplásica incomum, o que acarreta em escassa evidência literária.

Objetivos

Descrever um caso de timoma em um paciente previamente hígido que teve dor torácica como manifestação inicial.

Delineamento e Métodos

Relato de caso retrospectivo observacional.

Resultados

Paciente masculino, 39 anos, sem antecedentes patológicos, apresentou dor retroesternal intensa e parestesia irradiando para membro superior esquerdo. Fez uso de analgésicos simples, sem melhora, motivo que o fez procurar o hospital.
Na investigação dos sintomas, teve resultados de eletrocardiograma (ECG), troponina e D-dímero normais. Radiografia de tórax com alargamento mediastinal e hemograma com leucocitose. Na tomografia computadorizada (TC) de tórax evidenciou-se um tumor mediastinal com efeito de massa sobre os órgãos adjacentes.
Após o diagnóstico, foi submetido a timomectomia do qual o estudo histopatológico evidenciou timoma de subtipo B2. Após o procedimento, o paciente teve melhora total da dor mas evoluiu com insuficiência cardíaca aguda. Está em acompanhamento oncológico.

Conclusões/Considerações Finais

Os tumores tímicos podem apresentar-se como: achado incidental em paciente assintomático, sintomas por efeitos compressivos (dor torácica, tosse e paralisia do nervo frênico) ou sintomas por síndrome paraneoplásica. É importante salientar que a MG é coexistente em mais da metade dos casos de timoma, mas nem sempre isso ocorre, como visto no caso relatado.
Assim, evidencia-se a importância de abordagens diagnósticas alternativas para casos de dor retroesternal isolada, lançando mão de exames como a TC de tórax após resultados normais de ECG e D-dimero, além de uma conduta adequada para o alívio sintomático e confirmação do diagnóstico por meio de estudo histológico.

Palavras Chave

Timoma; diagnóstico diferencial; dor retroesternal; miastenia gravis.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Extremo Sul Catarinense - Santa Catarina - Brasil

Autores

MARIA LUIZA CESA, LIVIA DELLA GIUSTINA CAON, MARIANA BACK LOCKS