Dados do Trabalho


Título

LEISHMANIOSE VISCERAL E O VIRUS DA IMUNODEFICIENCIA HUMANA NO BRASIL: UMA COINFECÇAO EMERGENTE.

Fundamentação teórica/Introdução

Leishmaniose Visceral é uma doença causada principalmente por Leishmania donovani e L. infantum que é transmitida por flebotomíneos. Entender a coinfecção Leishmaniose/Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) se alicerça na necessidade emergente de compreender os parâmetros epidemiológicos que culminam em um manejo adequado visto que a grande implicação que circunda essa relação é que a Leishmania e o HIV promovem a ativação um do outro responsável pela deficiência imunológica no hospedeiro, resultando, em falha no tratamento e, consequentemente, em alta mortalidade.

Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico e realizar um comparativo entre as regiões do Brasil em relação à incidência da coinfecção entre Leishmaniose Visceral e o Vírus da Imunodeficiência Humana.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal quantitativo e qualitativo que descreve as características epidemiológicas de pacientes com diagnóstico de coinfecção de Leishmaniose Visceral e do Vírus da Imunodeficiência Humana durante o período de 2018 a 2022, comparando as regiões do Brasil. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Resultados

Do total de 12909 casos de Leishmaniose Visceral diagnosticados no Brasil no período de 2018 a 2022, 1799 apresentavam o quadro de coinfecção com o HIV, correspondendo a 13,93% dos casos. Desses índices, 56,54% (7300) dos casos de Leishmaniose Visceral foram observados na Região Nordeste, seguida pela Região Norte e Centro-Oeste, com 18,27% (2359) e 16,63% (2147) dos diagnósticos, respectivamente, e com menor frequência as regiões Sudeste, 8,03% (1037), e Sul 0,51% (66). Em relação à coinfecção Leishmaniose Visceral/HIV à nível regional, observando o total de 1799 casos no período de 5 anos, o Nordeste, apresenta 55,19% (933) dos diagnósticos, caracterizando a maior frequência dos índices, com uma crescente de 20,4% (40) da coinfecção, fato representante de um salto significativo ao longo de 2018 (196) para 2022 (236). A análise da relação Leishimaniose/HIV, expõe uma prevalência do Centro-Oeste, com pico de 37,91% (80), relacionado aos casos do ano 2021. O município de São Luís do Maranhão foi o que mais notificou casos de coinfecção, correspondendo a 14,61% (263) do total das notificações nos 5 anos.

Conclusões/Considerações Finais

Assim, percebe-se a necessidade de alertar a população sobre os risco dessa coinfecção, debater sobre ambas as doenças, seus métodos de prevenção, sua sintomatologia e como proceder em casos suspeitos para diminuir as suas taxas de mortalidade isoladas e em conjunto.

Palavras Chave

Leishmaniose Visceral. Vírus da Imunodeficiência Humana. Coinfecção.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

MATEUS EXPEDITO DOS SANTOS, THAYNÁ MASSAKO NOGUEIRA INOUE, YAGO WAUGHAN BENTES DE SOUZA, MARIA LUANA SOUZA FERREIRA, DIEGO RAYAN TEIXEIRA DE SOUSA