Dados do Trabalho


Título

ULCERA ESOFAGICA POR CITOMEGALOVIRUS EM PACIENTE COM SINDROME DA IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA: UMA MANIFESTAÇAO ATIPICA.

Fundamentação teórica/Introdução

A esofagite por citomegalovírus (CMV) é a 2ª doença mais comum causada por esse vírus no trato gastrointestinal. A doença grave acomete imunossuprimidos, sobretudo os que convivem com HIV. Manifestações típicas incluem odinofagia, disfagia e achados endoscópicos característicos.

Objetivos

Comparar o caso com as demais infecções oportunistas do trato gastrointestinal em pacientes imunossuprimidos.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Homem, 38 anos, quadro de síndrome gripal no último mês, chega ao pronto atendimento com dor epigástrica e regurgitação há 10 dias. Ao exame físico encontrava-se taquicárdico, hipotenso e com candidíase oral à oroscopia. Solicitado Tomografia de abdome (TC), que apontou intussuscepção colo-cólica em terço distal do cólon transverso, posteriormente descartada em laparotomia exploradora. Endoscopia digestiva alta (EDA) mostrou lesão única ulcerada em esôfago distal, associada a gastrite erosiva antral leve a moderada. Ao laboratório, linfocitopenia e sorologias positivas para HIV e CMV. A biópsia antral diagnosticou gastrite crônica sem evidências de atrofias, metaplasias ou H. pylori, a biópsia e a imuno-histoquímica do esôfago positivaram para CMV. Iniciou-se tratamento com Ganciclovir por 21 dias associado a antifúngico, antibioticoterapia e terapia antirretroviral. No 7º dia de tratamento, apresentou neutropenia, sendo prescrito Granuloquine. No 12º dia, evoluiu com febre e taquicardia, suspeitando-se de neutropenia febril, foi prescrito Cefepime. No 13º dia, iniciou com tosse, febre e taquicardia, com TC de tórax sugestiva de Pneumocistose, tratada com Sulfametoxazol + Trimetoprima. Nova EDA revelou melhora da lesão ulcerada. Alta hospitalar no 30º dia de internação, mantido terapia antirretroviral e acompanhamento ambulatorial com infectologista com boa evolução.

Conclusões/Considerações Finais

A esofagite por CMV pode se manifestar com sintomas dispépticos, porém até 7% dos casos são assintomáticos. O diagnóstico é realizado por EDA com biópsia, cuja análise revela corpos de inclusão de CMV. Dentre os achados, é característica a presença de uma grande úlcera isolada associada a edema e nodularidade localizadas no esôfago inferior e médio. As possíveis complicações incluem perfuração, estenose e sangramento gastrointestinal maciço. A Esofagite por Herpes Simples é um dos principais diagnósticos diferenciais, manifestada por ulcerações múltiplas, pequenas e rasas. O reconhecimento precoce da esofagite por CMV é crucial permitindo o tratamento adequado e a prevenção de complicações graves.

Palavras Chave

Úlcera esofágica; Citomegalovírus; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

MARIA LUISA PINHEIRO E SILVA, JASMINE TRUPPEL SIMAS, JÚLIA ELOISE PEREIRA, MARIANGES ZADROZNY GOUVÊA DA COSTA, LUIZA TONELLO