Dados do Trabalho


Título

ENCEFALOPATIA DE WERNICKE DESENCADEADA POR QUADRO DE HIPEREMESE GRAVIDICA: UM RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

A hiperêmese gravídica (HG) é uma intercorrência da gestação que apresenta como sintomas náuseas, vômitos persistentes e perda de peso. Quadros graves, nos quais há alta espoliação vitamínica e de aminoácidos, predispõem ao aparecimento de alterações comportamentais e neurológicas, dentre elas a Encefalopatia de Wernicke (EW) - enfermidade neurológica aguda decorrente da deficiência de tiamina (vitamina B1) - que apresenta como tríade clássica a confusão mental, ataxia e disfunção de movimentos oculares. A ressonância magnética (RM) é o exame de imagem que pode auxiliar no diagnóstico, demonstrando achados típicos em T2/FLAIR como: hipersinal das regiões paraventriculares dos tálamos, corpos mamilares, hipotálamo, região periaquedutal, assoalho do quarto ventrículo e da região paravermiana cerebelar.

Objetivos

Ressaltar a importância do atendimento médico atentando para complicações que por vezes englobem outras especialidades médicas, relatar caso de EW desencadeada por causa infrequente e a resposta clínica da terapia com tiamina.

Delineamento e Métodos

Relato de caso construído a partir de prontuário médico e revisão bibliográfica de artigos publicados na plataforma SciELO, PubMED e protocolo FEBRASGO.

Resultados

RELATO DE CASO: Paciente feminina, 34 anos, primigesta, idade gestacional de 16 semanas, com histórico de diabetes gestacional controlada com dieta, HG no primeiro trimestre gestacional, perda de peso de 30kg e videocolecistectomia no segundo trimestre. Interna com quadro de confusão mental, perda de memória e alteração comportamental iniciado há 2 semanas. Ao exame estava desorientada, hipertensa, taquicárdica e atáxica. Laboratoriais constataram hipocalemia, elevação de transaminases, hipomagnesemia e descartaram infecção urinária. A RM de crânio demonstrou aumento da intensidade de sinal em T2/FLAIR na região póstero-inferior da placa tectal e região dorsal dos tálamos bilateralmente, não sendo possível descartar EW. Assim, foi iniciada terapia empírica de reposição de tiamina por suspeita de EW desencadeada pelo quadro de hiperêmese gravídica prévio. No terceiro dia de tratamento, apresentou melhora total do estado geral e recebeu alta hospitalar para finalizar reposição de tiamina ambulatorialmente.

Conclusões/Considerações Finais

Apesar de a hiperêmese gravídica não ser a causa mais comum de EW, é um diagnóstico diferencial. Deste modo, este relato reforça a importância do manejo otimizado da hiperêmese, a fim de evitar grandes perdas de eletrólitos, aminoácidos, vitaminas e prevenir complicações.

Palavras Chave

Encefalopatia de Wernicke; hiperêmese gravídica; tiamina;

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVATES - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

ANA CAROLINA TOMASETTO, AMANDA APARECIDA CESA , JÚLIA SAVARIS FONTANA, JULIANO DALLA COSTA