Dados do Trabalho


Título

ACIDOSE TUBULAR RENAL DISTAL ASSOCIADA A PARALISIA HIPOCALEMICA: RELATO DE UM CASO RARO.

Fundamentação teórica/Introdução

A acidose tubular renal (ATR) tipo 1 caracteriza-se pela incapacidade do túbulo renal distal em excretar íons hidrogênio, resultando em acidose metabólica com déficit de bicarbonato, ou seja com ânion gap (AG) normal. A hipocalemia, resulta também desta falha, visto que a bomba passa a secretar potássio ao invés de H +. Tende a cursar de forma assintomática, mas pode se apresentar com paralisia flácida. A nefrolitíase, outra apresentação clínica possível na ATR, resulta de hipercalciuria e hipocitratúria, sendo a primeira resultante do aumento da atividade osteoclástica, devido à acidose e a segunda à reabsorção tubular de citrato.

Objetivos

Relatar um caso de acidose tubular tipo 1 que cursa com paralisia hipocalêmica acentuada.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Feminina, 46 anos, internada para retirada de cateter duplo J implantado devido nefrolitíase obstrutiva. Abre quadro de paralisia e paresia dos quatro membros associada a dificuldade de deglutição após náuseas e vômitos.
Apresenta hipotonia, com exame físico e sinais vitais sem outras alterações. Acidose metabólica com AG normal e pH urinário alcalino nos exames complementares.
Inicialmente prescrita reposição de potássio endovenoso e por via oral. Após 48 horas, paciente obteve melhora clínica e laboratorial. Optado por alta hospitalar com cloreto de potássio 600mg (6 cps/dia), bicarbonato (1 colher de chá 2x /dia) e espirolactona (25mg/dia), para acompanhamento ambulatorial com equipe de nefrologia.
Na investigação complementar foi relatada nefrolitíase crônica com internações por episódios de cólica renal. Relata histórico de hipocalemia refratária há um ano, oligossintomática. Antecedente de síndrome do pânico com crises recorrentes associadas ao transtorno de ansiedade generalizada. Obesidade prévia, com restrição do consumo de carboidrato há três anos, com perda de 45 kg. Paciente segue em acompanhamento, assintomática, com melhora dos níveis de potássio e fósforo porém, com acidose metabólica persistente.

Conclusões/Considerações Finais

A hipopotassemia tende a ser assintomática, mas em alguns casos pode cursar com hipoestesia, parestesia e em casos mais graves, com paralisia importante e até distúrbios cardiovasculares. Contudo, por clínica inespecífica ou por dissociação com os exames laboratoriais, necessita de alto grau de suspeição clínica em situações de risco.

Palavras Chave

Acidose Tubular Renal; Paralisia; Hipopotassemia; Desequilíbrio Hidroeletrolítico; Hipercloremia.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

AMANDA TOMAZELI PIRANI, GABRIELA YUMI BAIER, LUIZ GUSTAVO SANTOS ABDANUR CARVALHO, CAROLINE ABDEL FATTAH PARRA, RONALDO GONÇALVES DA SILVA