Dados do Trabalho


Título

LESÃO EM FACE POR LEISHMANIOSE TEGUMENTAR: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

Segundo a organização mundial da saúde a leishmaniose é uma doença causada por protozoários que são transmitidos pela picada de flebotomíneos infectados. A doença pode ser dividida em 3 formas principais: visceral, cutânea/tegumentar e mucocutânea. A leishmaniose tegumentar (LT) é uma doença que se caracteriza por lesões cutâneas, iniciando-se como mácula que, ao evoluírem, transformam-se em pápula e, posteriormente, podem ulcerar gerando alterações morfofuncionais na pele. Em casos mais graves, há o acometimento das mucosas das vias respiratórias superiores, podendo levar à destruição e perfuração desses tecidos.

Objetivos

Relatar caso de leishmaniose tegumentar, encaminhada para o hospital devido sua gravidade.

Delineamento e Métodos

Relato de caso;

Resultados

Paciente, masculino, 54 anos, trabalhador rural, procedente do estado do Pará, encaminhado pelo médico da unidade básica de saúde com hipótese diagnóstica de leishmaniose. Realizou tratamento com antimonial, porém não apresentou melhora. Após duas semanas com progressão dos sintomas, paciente procura a unidade hospitalar ao sentir desconforto na garganta associado a disfagia de sólidos e líquidos. Apresentava em face, lesão em placa infiltrativa, verrucosa, extensa com descamação em região nasal, maxilar e orbital à direita e nos lábios superiores. Relatava dor em queimação na lesão cutânea e alteração visível nas mucosas do palato. É internado e iniciado antifúngicos com anfotericina B lipossomal e antibioticoterapia com vancomicina e ceftazidima. Procedeu-se à realização de biópsia incisional na superfície ulcerada do palato, a qual revelou proliferação celular atípica e inflamação crônica exsudativa localizada, com ausência de células neoplásicas. Posteriormente realizou-se exame parasitológico e micológico direto, através da raspagem da lesão em face, comprovando as formas amastigotas da leishmania associada a crescimento leveduriforme.

Conclusões/Considerações Finais

A forma mais comum de leishmaniose é a tegumentar, sendo caracterizada com lesões na derme, podendo ser ulcerativas. Os sintomas mais comuns incluem mialgia, artralgia, febre e cefaleia. O diagnóstico da LT é confirmado através da biopsia da lesão infectada associada ao exame parasitológico direto, contendo a forma amastigota da leishmania, possibilitando a escolha da melhor conduta terapêutica. Baseado na literatura, a conduta médica com anfotericina B associada à antibioticoterapia de amplo espectro foi a conduta de escolha, por se tratar de um caso refratário sem sucesso no tratamento com antimonial.

Palavras Chave

Leishmaniose tegumentar, Lesão cutânea, Exame direto.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

MARIA GABRIELLA GHEDIN NIERO, PERICLES SPARTALIS, CARLOS HENRIQUE DACOREGIO, ISABELA BORGHEZAN NICOLADELLI, ADRIANA PAGNO