Dados do Trabalho


Título

MONILIASE ESOFAGICA COMO DIRECIONADOR PARA O DIAGNOSTICO DE HIV - RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), o qual ataca os linfócitos T CD4+. No estágio avançado da doença, há maior susceptibilidade para inúmeras infecções oportunistas(3). Destas, a candidíase orofaríngea prevaleceu como a infecção fúngica mais frequente em pessoas portadoras do HIV, afetando cerca de 90% desses indivíduos em algum momento ao longo da progressão da doença(3).

Objetivos

Diante disso, visa-se com este relato abordar o quadro de monilíase esofágica como indicador para o diagnóstico de HIV.

Delineamento e Métodos

O presente trabalho consiste em um relato de caso. A pesquisa bibliográfica utilizou artigos disponíveis nas plataformas CAPES e SciELO publicados no período entre “data inicial” 2013 e “data final” 2023.

Resultados

V.L.F.L., feminina, 70 anos, apresentava perda de peso e odinofagia desde dezembro/2021, quando foi diagnosticada com monilíase esofágica por meio de endoscopia digestiva alta. Iniciou tratamento com nistatina e fluconazol, obtendo leve melhora. Não foi orientada a fazer outros exames, apesar do quadro de imunossupressão constatado.
Em junho/2022, o quadro piorou e a paciente buscou atendimento médico em hospital regional, onde realizou testagem rápida para HIV, o qual positivou. Ao exame físico, apresentava-se caquética, sem evidências de placas esbranquiçadas em região oral, peso 25,7kg, FC 88bpm, PA 120x80mmHg. Solicitou-se qPCR HIV, o qual evidenciou carga viral de 314.893 cópias/mL, e CD4+ de 6 células/mm³. Foi prescrito terapia antirretroviral (TARV) e Bactrim F 800mg+160mg/dia, associado a Azitromicina 500mg (3x/semana); como profilaxia contra infecções oportunistas. Após dez meses, a paciente realizou outros quatro qPCR HIV, os quais não detectaram carga viral, simultâneo à melhora na contagem do CD4, resultante em 124 células/mm³, porém, ainda sob o cenário da AIDS.

Conclusões/Considerações Finais

Mulher idosa com apresentações clínicas de imunossupressão e tratamento causal, sem investigação adicional. Sabe-se que a monilíase esofágica é uma das infecções oportunistas mais prevalentes em indivíduos que convivem com o HIV, sendo frequentemente, o primeiro sinal de infecção. Dessa forma, torna-se imperativa a investigação imunológica como passo inicial em casos de candidíase esofágica, o que não ocorreu no caso relatado(2). Cabe, portanto, orientar quanto à realização adequada da TARV, capaz de suprimir o vírus, alcançar níveis indetectáveis de carga viral no plasma e fortalecer o sistema imunológico(4).

Palavras Chave

“Infecções Oportunistas Relacionadas com AIDS; Candidíase; Esofagite”

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVALI - Santa Catarina - Brasil

Autores

FERNANDA MELCHIORETTO FERREIRA, IZABELLE COELHO DE SOUZA, JÚLIA MELCHIORETTO FERREIRA, LUCAS GOBBI DE FARIAS, JOSE GUSTAVO ZANIS DIAS DE OLIVEIRA