Dados do Trabalho


Título

PNEUMONIA DE HIPERSENSIBILIDADE: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução: A Pneumonia de hipersensibilidade (PH) é uma doença pulmonar intersticial (DPI) imunomediada, decorrente de exposição a antígenos orgânicos, sejam eles identificados ou não. A publicação de duas diretrizes de diagnóstico ATS em 2020 e CHEST em 2021 reclassificou as antigas subdivisões em Aguda, Subaguda e Crônica em apenas: Não fibrótica e Fibrótica.

Objetivos

Objetivos: Relatar e classificar um caso PH não fibrótica utilizando tanto a diretriz da ATS quando do CHEST, descrevendo o poder de confiança entre as mesmas.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Trata-se de um relato de caso.

Resultados

Relato de Caso: Homem, 51 anos, previamente hipertenso e diabético, sendo atendido com queixa de tosse seca, dispneia aos pequenos esforços e sibilância há 10 dias. Negava pneumopatias e tabagismo. Ao exame físico, apresentava ausculta pulmonar com grasnidos, FC=106bpm, FR=24irpm, SpO2=91%. Exames laboratoriais normais. Realizou tomografia de tórax com opacidades micronodulares em vidro fosco difusos bilateralmente. Foi iniciado antibiótico (Amoxicilina+Clavulanato) porém suspenso após internação na enfermaria. Após aplicação de questionário de exposição, paciente relata ter 5 pássaros em casa. Não havia características autoimunes no exame físico e os painel reumatológico foi negativo. Diante da hipótese diagnóstica de PH, foi solicitado broncoscopia com lavado broncoalveolar (LBA) sendo identificado 44% de linfócitos e o CA 15-3 sérico = 193 (VN < 50). Paciente e familiares foram orientados a doar as aves para afastar o antígeno causador. O paciente realizou tratamento anti-parasitário e iniciou prednisona 1mg/kg/dia por um mês com desmame progressivo até 20mg/dia em 3 meses sendo necessária reavaliação ambulatorial com realização de prova de função pulmonar e nova TCAR de tórax.

Conclusões/Considerações Finais

Considerações Finais: Com as duas diretrizes, é necessário entender qual a que melhor reflete a prática clínica diária do serviço de Clínica Médica/Pneumologia. Pela diretriz da ATS, o diagnóstico de PH não fibrótica seria de alta confiança uma vez que não foi realizada biopsia pulmonar. Já pelo CHEST, o diagnóstico de PH não fibrótica está confirmado e dispensaria a realização inclusive do LBA. No Brasil, a PH está entre as três DPIs mais incidentes sendo necessária a identificação do antígeno causador e posterior afastamento, como principal mudança prognóstica. O acompanhamento ambulatorial próximo deve ser realizado principalmente quando o antígeno é aviário pela questão sentimental existente.

Palavras Chave

Palavras Chave: Pneumonia, Hipersensibilidade, Doença Pulmonar Intersticial.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

MONICA PALOS BARILE, VIVIAN CRISTINE LIMA DE ALMEIDA, YURI ARAÚJO DE SOUZA, LETICIA CALANDRINO OTANI, PAULO MIRANDA CAVALCANTE NETO