Dados do Trabalho


Título

MIOCARDITE IDIOPÁTICA E TROMBOEMBOLISMO PULMONAR MACIÇO: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O tromboembolismo pulmonar (TEP) abrange casos assintomáticos até formas graves, como o TEP maciço, caracterizado pela dispneia súbita, taquipneia, segunda bulha cardíaca aumentada, taquicardia e hipotensão. A dessincronização ventricular e a ativação neuro-humoral resultam em hipotensão e instabilidade hemodinâmica, exigindo uma abordagem diagnóstica e terapêutica de emergência.

Objetivos

Descrição da apresentação grave de TEP associado ao comprometimento cardíaco e arritmia ventricular.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Mulher, 50 anos, admitida na emergência com dispneia súbita associada a hipotensão. História de extrassístoles há um ano, realizada viagem de avião nas últimas 72 horas e suspensão do anticoncepcional há 2 semanas. O eletrocardiograma apresentou padrão S1Q3T3. Angiotomografia mostrou TEP extenso bilateral, desde o tronco da artéria pulmonar até os ramos subsegmentares. Ecocardiograma revelou disfunção sistólica do ventrículo esquerdo, com fração de ejeção de 26%, devido à movimentação anômala do septo. Observados aumento das câmaras direitas, hipocinesia do ventrículo direito, discreta regurgitação das válvulas aórtica e tricúspide, e hipertensão pulmonar. Ecocardiograma Doppler mostrou trombose venosa aguda parcialmente recanalizada na veia poplítea esquerda. Iniciado tratamento com Enoxaparina e trombólise, sem complicações e boa resposta ao Alteplase. Holter revelou batimentos ectópicos ventriculares monomórficos, batimentos isolados, bigeminismo e episódios de taquicardia ventricular não sustentada (TVNS). Ecocardiograma de controle mostrou funções sistólicas preservadas, movimento anômalo do septo e sinais indiretos de elevação da pressão pulmonar. Após anticoagulação, apresentou melhora da dispneia e recuperação da função cardíaca. No entanto, ainda havia arritmia extrassistólica e discreto fluxo interatrial, sugerindo a presença de forame oval patente. Angiotomografia após 1 mês mostrou resolução quase total do TEP. Não foram encontradas evidências reumatológicas ou de trombofilia.

Conclusões/Considerações Finais

O TEP maciço pode levar ao choque cardiogênico, risco de hipóxia persistente, arritmias e insuficiência ventricular. A presença de forame oval patente está associada com maior risco de complicações, incluindo embolização paradoxal e acidente vascular cerebral. O acompanhamento e controle dos fatores de risco são essenciais para evitar recorrências e complicações futuras.

Palavras Chave

Tromboembolismo Pulmonar; Miocardite idiopática; Arritmia ventricular.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

JASMINE TRUPPEL SIMAS, GABRIELLE CRISTINA RAIMUNDO, ANNA SOPHIA SCHWEITZER HERMES ROSA , LILIAN VOLPATO LEGAT, DANIEL JOSÉ DA SILVA FILHO