Dados do Trabalho


Título

PERFIL CLINICO-EPIDEMIOLOGICO E FATORES PREDITORES DE MORTALIDADE DE PACIENTES COM COVID-19 INTERNADOS NA UTI EM UM HOSPITAL DO SUL DE SANTA CATARINA NO PERIODO DE MARÇO DE 2020 A MARÇO DE 2021

Fundamentação teórica/Introdução

A COVID-19 foi responsável pelo surgimento de uma pandemia em meados de 2020, sendo sua alta patogenicidade uma importante causa de hospitalizações, admissões em unidade de terapia intensiva (UTI) e mortalidade principalmente em idosos e pessoas com comorbidades.

Objetivos

Avaliar o perfil clínico-epidemiológico e fatores preditores de mortalidade em pacientes com COVID-19 que necessitaram de cuidados em UTI em um hospital do sul de Santa Catarina, durante o período de março de 2020 a março de 2021.

Delineamento e Métodos

Realizou-se um estudo observacional de delineamento transversal, com uso de dados secundários de prontuários de um hospital do sul de Santa Catarina.

Resultados

Dentre os 305 pacientes incluídos no estudo, houve prevalência de internações do sexo masculino, etnia caucasiana e de idosos. A maioria possuía comorbidades pré-existentes, com hipertensão arterial (53,2%), obesidade (29,1%) e diabetes mellitus tipo 2 (26,1%) sendo as mais prevalentes. Grande parte dos pacientes necessitou de suporte ventilatório invasivo (91,1%) durante a internação e, dentre estes, 81,6% foram entubados ainda antes da admissão na UTI. As principais complicações desenvolvidas durante a internação em UTI foram síndrome do desconforto respiratório agudo, pneumonia e insuficiência renal aguda (IRA). A necessidade de diálise nos pacientes renais agudos foi de 69%. A taxa de mortalidade total encontrada no estudo foi de 60%. As comorbidades mais relacionadas com piores desfechos foram doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e hipertensão arterial. Os pacientes que desenvolveram como complicação IRA tiveram mortalidade de 82,9% e a maioria dos que realizaram hemodiálise foi à óbito.

Conclusões/Considerações Finais

O presente estudo mostrou uma alta taxa de mortalidade nos pacientes internados em UTI por COVID-19, sendo as comorbidades pré-existentes mais relacionadas à mortalidade DPOC, DM2 e hipertensão. A maioria dos pacientes necessitou de suporte ventilatório e quase 2/3 foram entubados antes de chegarem à UTI. As complicações mais frequentes desenvolvidas durante a internação foram pulmonares e a que gerou maior mortalidade foi a IRA. A realização de hemodiálise nos pacientes com IRA não alterou desfecho clínico. Os indivíduos que receberam tratamento com corticoides obtiveram mortalidade significativamente menor do que os que não receberam. Conhecer as características e fatores preditores de mortalidade dos pacientes é fundamental para manejo clínico adequado e direcionamento dos recursos de saúde pública.

Palavras Chave

COVID-19. SARS-CoV-2. UTI. Mortalidade. Grupos etários. Comorbidades.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

MARIA EDUARDA GUAREZI, ISADORA GUIMARÃES DA ROCHA, JORGE DE FARIA MARASCHIN