Dados do Trabalho


Título

SINDROME HIPEREOSINOFILICA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A síndrome hipereosinofílica é definida pela superprodução de eosinófilos por mais de seis meses consecutivos. É uma desordem mieloproliferativa rara, que cursa com lesões em diversos órgãos devido a infiltração dos eosinófilos.

Objetivos

Destacar a existência da Síndrome Hipereosinofílica e favorecer o diagnóstico dessa doença através da descrição do quadro clínico, evolutivo e terapêutico.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso, sendo assim um estudo descritivo, realizado através de dados fornecidos por uma clínica particular localizada no interior do estado de Santa Catarina.

Resultados

J.A.M., masculino, 63 anos, agricultor, procura atendimento médico em maio de 2021 em uma clínica particular pois apresentava quadro de náuseas, vômitos, inapetência e tontura há três meses com perda de peso de aproximadamente 15kg e edema de membros inferiores. Relata quadro de erisipela de repetição. No exame físico apresentou dor à palpação do hipocôndrio direito e edema de membros inferiores ++++/4+. Exames laboratoriais de maio de 2021, mostraram hemoglobina de 11,8g/dl, leucócitos de 25.000/mm³, segmentados de 8.500/mm³, linfócitos de 6.000/mm³, eosinófilos de 10.000/mm³ e plaquetas de 553.000/mm³. Uma endoscopia digestiva alta, realizada no mesmo período, destacava uma pangastrite endoscópica enantemática, moderada, predominante em corpo gástrico e uma alteração da mucosa duodenal a esclarecer. No anatomopatológico foi observado atrofia duodenal, com eosinofilia moderada, linfocitose, gastrite e resultado negativo para H. pylori. Em junho de 2021 foi observado IgE maior que 2.000. Em julho de 2021, foi realizado um mielograma, no qual foi observado 27% de eosinófilos em diferentes estágios de maturação, e imunofenotipagem de medula óssea com presença de eosinofilia, tendo as demais populações sem alterações fenotípicas, fato que confirmou o diagnóstico de síndrome hipereosinofílica. Assim, ficou estabelecido como tratamento o uso de hidroxiureia dois comprimidos de 500mg/dia nas segundas e sextas feiras e um comprimido de 500mg/dia nos demais dias. O tratamento promoveu melhora dos padrões laboratoriais com diminuição da hipereosinofilia, e também houve melhora dos sintomas clínicos.

Conclusões/Considerações Finais

Diante do exposto, observa-se a importância da investigação e diagnóstico precoce da síndrome hipereosinofílica idiopática, visto que é uma doença com caráter de acometimento de múltiplos órgãos, e sobretudo, com melhora de sobrevida e da qualidade de vida quando o tratamento é instalado precocemente.

Palavras Chave

Mieloproliferação; Mielograma; Gastrite; Hidroxiureia

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UNESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

MARIA LUIZA FRARE PECK, MARIA EDUARDA SERAFIN DA SOLLER, GIOVANA MAFIOLETI SORATO, JÚLIA MARTINS CARDOSO, ALANA DALLEPIANE DE SOUZA