Dados do Trabalho

Título

Displasia Fibromuscular como causa de Acidente Vascular Encefálico Isquêmico em paciente jovem: um relato de caso

Fundamentação teórica/Introdução

O Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEI) consiste em lesão neurológica aguda ocasionada por um estado de hipoperfusão cerebral, cuja incidência está diretamente associada a idades mais avançadas e, especialmente, ao desenvolvimento de aterosclerose. No entanto, indivíduos mais jovens também são acometidos por essa entidade clínica, de modo que outras causas, como a Displasia Fibromuscular (DFM), merecem destaque na investigação etiológica.

Objetivos

Descrever a apresentação clínica de um caso raro de AVEI ocasionado por DFM.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Homem, 16 anos, sem comorbidades, procurou atendimento devido à cefaleia intensa e déficit neurológico focal prévio, caracterizado por hemiparesia e parestesia em dimídio esquerdo. Apresentava história de enxaqueca há 4 anos, com piora recente, refratária ao uso de analgésicos, associada à turvação visual, tonturas e náuseas, sem achados ao exame físico de admissão. Na propedêutica inicial, a ressonância magnética (RM) evidenciou áreas de isquemia aguda em região nucleocapsular à direita, focos isquêmicos na substância branca frontoparietal e em regiões corticais à direita, além de hipersinal periférico em região de carótida interna direita. Os demais exames realizados (líquor, hemograma, sorologias, painel bioquímico, eletrocardiograma e ecocardiograma) não apresentaram alterações. Diante da necessidade de aprofundamento em exames de imagem para a determinação etiológica do AVEI minor remitido e confirmado pela RM, foi realizada angiotomografia cerebral de carótidas e vertebrais, que constatou redução uniforme no calibre da artéria carótida interna em toda a sua extensão, com completa obstrução na porção supraclenoide. A seguir, realizada arteriografia que revelou artéria carótida direita com discreta irregularidade parietal em nível cervical, em contas de rosário, sugerindo DFM. Iniciado terapia antiplaquetária e proposto complementação propedêutica de demais vasos ambulatorialmente.

Conclusões/Considerações Finais

A DFM é uma doença arterial segmentar incomum, não inflamatória e não ateromatosa, de etiologia desconhecida, que afeta principalmente as artérias renais, carótidas e vertebrais. Pode se manifestar com hipertensão e cefaleia, além de quadros mais graves, como AVEI, especialmente em jovens (como no caso relatado), sendo o estudo arteriográfico essencial para sua caracterização. A suspeição clínica é primordial na investigação de casos de AVEI em pacientes jovens.

Palavras Chave

Acidente Vascular Encefálico; Displasia Fibromuscular

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Área

Clínica Médica