Dados do Trabalho


Título

Hanseníase no Norte do Brasil: caracterização das Incapacidades Físicas

Fundamentação teórica/Introdução

A Hanseníase é causada pela Mycobacterium leprae que possui tropismo por nervos periféricos principalmente dos olhos, mãos e pés (SANTOS; IGNOTTI, 2020). Tal evento pode causar incapacidade física classificadas em graus de 0 a 2; 0 para ausência de IF, 1 para diminuição ou perda da sensibilidade em olhos, mãos e pés; 2 para alterações motoras em olhos, mãos e pés (MORAIS, FURTADO, 2018; SANTOS, IGNOTTI, 2020).

Objetivos

Verificar a prevalência das incapacidades por Hanseníase na região Norte do Brasil.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico, quantitativo e descritivo. Realizou-se com dados do Sistema de Informações Hospitalares no Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde, DATASUS. As variáveis empregadas foram: ano de notificação, idade, grau de incapacidade, sexo, classe operacional e escolaridade. Os critérios de inclusão empregados foram: pacientes com hanseníase no Norte do Brasil com incapacidade física grau 1 e 2 no período de 2018 a 2022.

Resultados

11.445 casos de incapacidades físicas por Hanseníase foram notificados no período estudado. Desses casos, 8.459 (73,91%) eram grau 1 e 2.986 (26,09%) eram grau 2. O ano com mais casos foi 2018 com 2.901 (25,35%), em contrapartida o ano com menos foi 2020 com 1.748 (15,27%). No que tange a idade, os casos se acumularam entre 40 a 59 anos com 4.599 (40,18%), quando comparado às demais faixa etárias: 20 a 39 anos, 3.016 (26,35%), 60 anos e mais, 2.971 (25,96%), e 1 a 19 anos, 859 (7,51%). Quanto ao sexo, o masculino obteve 7.464 (65,22%) e feminino 3.981 (34,78%). Em relação à classe operacional, 10.872 (94,99%) eram multibacilar, 572 (5%) eram paucibacilar e 1 (0,01%) ignorado/ branco. No tocante escolaridade, em ordem decrescente de casos foram, respectivamente, ensino fundamental (EF) incompleta com 4.999 (43,68%), Ignorado/Branco com 1.829 (15,98%), ensino médio (EM) completo com 1.535 (13,41%), EF completo e EM incompleto com 1.438 (12,56%), analfabeto com 1.149 (10,04%), ensino superior completo com 346 (1,14%), ensino superior incompleto com 130 (1,14%) e não se aplica com 19 (0,17%).

Conclusões/Considerações Finais

Esse estudo evidenciou alta prevalência de incapacidades físicas por hanseníase com predomínio de lesões grau 1 e maior acometimento indivíduos do sexo masculino e idade entre 40 a 59 anos. Tais resultados são reflexo da procura tardia ao sistema de saúde com atraso no diagnóstico que está associada a desinformação sobre os sintomas junto a baixa escolaridade.

Palavras Chave

Hanseníase. Epidemiologia. Nervos Periféricos.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

UNITPAC - Tocantins - Brasil

Autores

NAYANE BUENO DA SILVA, JULLYANA LOPES ALMEIDA, KETYLA ALBINO LINHARES, KAIO HENRIQUE SILVA DE FREITAS, MARIO SOUZA LIMA SILVA